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O petista citou especificamente os casos do porto cubano de Mariel e do metrô de Caracas, que são tocados pela construtora Odebrecht | Ricardo Stuckert/Instituto Lula
O petista citou especificamente os casos do porto cubano de Mariel e do metrô de Caracas, que são tocados pela construtora Odebrecht| Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quarta-feira o financiamento de obras em Cuba e na Venezuela pelo BNDES. O petista citou especificamente os casos do porto cubano de Mariel e do metrô de Caracas, que são tocados pela construtora Odebrecht.

Em evento em um hotel na Zona Sul de São Paulo, realizado pelo Instituto Lula e pela Unasul (União de Nações Sul-Americanas) e que contou com palestra do ex-presidente da Colômbia e secretário-geral do bloco, Ernesto Stamper, Lula criticou os contrários ao financiamento pelo Brasil de obras em outros países.

“No Brasil, hoje, a direita, os conservadores, que muitas vezes se apresentam ao mundo como pessoas avançadas, dizem que exportação de serviço para fazer o porto de Mariel, em Cuba, ou que pra fazer o Metrô de Caracas, é que a gente está dando dinheiro para os outros ao invés de fazer investimentos no Brasil. É o atraso político, é o atraso contra o discurso da integração. É a submissão ao que tem de mais atrasado no mundo”, disse o ex-presidente.

Em seguida, o ex-presidente defendeu uma maior flexibilização do BNDES.

“Esses dias eu vi alguém querendo fazer uma CPI do BNDES, quem sabe isso flexibilizaria a dureza do BNDES em emprestar dinheiro. Só pensa que o BNDES empresta dinheiro fácil quem não precisou. Quem precisou entra lá para pegar dinheiro para ver quantos dias. São mais de 180 dias para avaliar um programa.”

Lula disse, também, ser a favor de uma maior integração das cadeias produtivas dos países da Unasul e acrescentou que as nações participantes do bloco deveriam ser mais progressistas também nas ações, e não só no discurso.

“Nós temos um problema político a ser resolvido na Unasul. Precisamos transformar a nossa retórica integracionista em atitudes práticas. Nós somos muito mais otimistas no nosso discurso, muito mais ostensivos, mais esquerdistas e progressistas no nosso discurso e mais conservador na execução do nosso discurso.”

Entre os setores que Lula destacou uma maior integração estão os de alimentos e as indústrias naval e de aviação. Ele ainda defendeu uma aproximação maior do bloco com os chineses.

O ex-ministro Luiz Dulci, diretor do Instituto Lula para América Latina, defendeu uma maior integração da Unasul desde já, inclusive, para enfrentar a crise econômica mundial.

“A Europa está em recessão. Há vários países da Asia em dificuldade. A rigor, só os Estados Unidos que não teve uma chamada desaceleração. Tem gente que diz ‘vamos esperar passar a crise para retomar a integração’. Um dos consensos aqui do colóquio é o contrário. Avançar na integração ajuda a superar a crise. No caso brasileiro, a região para qual o Brasil mais vende produtos industrializados é a América Latina”, ressaltou Dulci.

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