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Passageiros enfrentam neblina e greve no Afonso Pena

Os passageiros de aviões com pousos e decolagens programados para sexta-feira no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, enfrentaram atrasos e cancelamentos de vôos. A neblina, tanto pela manhã quanto no final da noite, e a greve dos controladores de tráfego aéreo foram os motivos para que muitas pessoas amargassem horas e horas à espera dos aviões. Leia matéria completa

Passageiros tiveram que desembarcar dos aviões, conta professor curitibano em Brasília

A greve dos controladores de vôos que paralisou os aeroportos de todo o país pegou os passageiros de surpresa no aeroporto de Brasília, onde começou a paralisação. Alguns que já haviam embarcado nos aviões tiveram que desembarcar porque a decolagem havia sido cancelada. As empresas aéreas estão se recusando a fornecer hospedagem para os que não conseguiram decolar nos vôos previstos. Elas alegam que, como a greve é dos controladores, a suspensão dos vôos não seria de responsabilidade das empresas.

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Lula interferiu em decisão da Aeronáutica e desautorizou prisão de controladores de vôos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desautorizou o comando das Forças Armadas, que havia mandado prender controladores de vôos que entraram em greve nesta sexta-feira. Por meio de emissários, o presidente Lula, que estava em vôo de Recife para Washington, apelou à procuradora Ione de Souza Cruz, do MInistério Público Militar, para que suspendesse os 18 mandados de prisão já emitidos, a pedido da Aeronáutica.

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Diagnóstico preciso

Segundo fontes ligadas aos trabalhadores, os controladores esperavam uma solução para os problemas do setor nas últimas negociações do presidente Lula com o comando aéreo. Mas, em vez disso, Lula pediu um diagnóstico preciso dos problemas, com data, dia e hora para resolver os problemas.

Os controladores estão insatisfeitos e consideram que, após seis meses do acidente da Gol - completados quinta-feira - nada foi feito. Eles argumentam que o governo já tem informação de que o problema passa pelos controladores de vôos "excesso de carga de trabalho e baixos salários", infra-estrutura (equipamentos, radares, instrumentos de auxílio à navegação aérea) e também de falta de pessoal, tanto controladores como técnicos para manutenção dos equipamentos.

Há rumores em Brasília de que um controlador ligado à Associação Brasileira de Controladores de Vôo teria sido transferido da capital para Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em retaliação por estar participando da mobilização dos profissionais.

A Infraero, no entanto, nega que esteja havendo uma operação-padrão nos aeroportos. No entanto, a Associação Controladores de Vôo informou que não vai mais conter os ânimos dos funcionários da categoria.

Na quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal concedeu liminar derrubando a votação da Câmara que rejeitou o pedido de criação da CPI do Apagão Aéreo. Mas o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, disse não tomará qualquer decisão antes da decisão sobre o mérito.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desautorizou o comando das Forças Armadas, que havia mandado prender controladores de vôos que entraram em greve nesta sexta-feira. Por meio de emissários, o presidente Lula, que estava em vôo de Recife para Washington, apelou à procuradora Ione de Souza Cruz, do MInistério Público Militar, para que suspendesse os 18 mandados de prisão já emitidos, a pedido da Aeronáutica.

O presidente Lula pediu a suspensão das prisões para negociar com os grevistas militares. E encarregou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, dessa negociação. O ministro foi pessoalmente ao Cindacta-1 por volta das 21h desta sexta-feira, onde estavam cerca de 260 controladores, para apresentar uma proposta para que os grevistas voltassem ao trabalho.

Pela proposta, ficam canceladas as transferências de militares envolvidos na mobilização (que foi o estopim da paralisação geral desta sexta-feira), está garantido o retorno dos militares para suas casas (eles estão aquartelados no momento), bem como está garantida a integridade física dos militares. O fim das perseguições é a maior demanda atualmente dos militares.Foi feita também a promessa de tocar adiante a desmilitarização do tráfego aéreo e dar uma gratificação especial para os controladores de vôo militares.

O advogado Normando Cavalcanti, que atua em nome dos controladores, disse, ao sair do Cindacta 1, que os militares em greve aceitaram a propostade acordo apresentada pelo governo. Segundo ele, neste momento, o texto do acordo está sendo finalizado no Cindacta-1. Os controladores poderão voltar ao trabalho ainda na madrugada de sábado.

Mais cedo, o Comando da Aeronáutica acionou o Ministério Público Militar para efetuar a prisão dos controladores sediados no Cindacta 1 que se insubordinarem aos seus superiores hierárquicos ou se recusaram a trabalhar. Agentes de Defesa chegaram a ser convocados para substituir os controladores detidos que entraram em greve no início da noite de onem e paralisaram os aeroportos de todos país .

Estiveram reunidos no Palácio do Planalto para debater a crise aérea o comandante da Aeronáutica, o chefe do gabinete de Lula, Gilberto Carvalho e os ministros Jorge Félix (Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Bernardo (Planejamento) e Franklin Martins (Comunicação Social).

A sexta-feira foi problemática nos aeroportos brasileiros, porque, desde cedo, os operadores de vôo deflagraram uma operação-padrão com controle de fluxo de aviões, ou seja, redução do número de aeronaves no ar.

Clima tenso

O clima estava tenso no aeroporto de Brasília. Passageiros que esperam o fim da greve dos controladores aéreos, sem prazo para terminar, causam tumulto em vários pontos do aeroporto. Bastante nervoso, o empresário Éder Viana, que deveria embarcar ao Rio às 17h, pichou com batom as expressões "Chega!" e "Fora Lula!" nas paredes de vidro que delimitam a entrada da sala de embarque.

A TAM divulgou um comunicado pedindo aos passageiros que adiassem suas viagens.

Pousos e decolagens foram suspensos por volta das 20h em todos os aeroportos do país, quando o Cindacta-1 parou de funcionar . A Infraero confirmou que não haverá mais nenhuma decolagem em aeroportos do território nacional nesta sexta-feira, em virtude da greve dos controladores aéreos, que a Aeronáutica chama de "motim" . Os controladores afirmaram que as aeronaves que estão no ar vão pousar com segurança. No aeroporto de Brasília, os passageiros que já estavam nos aviões foram desembarcados.

A suspensão das operações de decolagem começou, segundo fontes militares, em todo o Cindacta 1 , centro de controle responsável por 80% do tráfego aéreo no país e de toda a região Sudeste. Logo em seguida, a Aeronáutica confirmou a informação. Com isso, foram inicialmente afetadas as operações nos aeroportos de Brasília e de Cumbica, em São Paulo.

Confusão no saguão do Aeroporto de Cumbica, devido à greve dos controladores-Divulgação No aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP), as decolagens foram suspensas no início da noite. Segundo informações do aeroporto, a torre de controle obedece a uma ordem do Cindacta-1, localizado em Brasília, que determinou a suspensão da decolagem das aeronaves para as regiões centro-oeste e norte. Os vôos para outras regiões também estão sendo afetados. Passageiros de um vôo que partiria para Fortaleza foram obrigados a desembarcar do avião em Cumbica.

O vôo de estréia da rota da TAM para Milão não decolou do aeroporto de Cumbica (SP) no horário previsto para as 19h, e o avião, que seguiu os procedimentos de decolagem, ainda aguarda a autorização para a decolagem.

Por volta das 18h, as companhias aéreas foram informando aos passageiros que o aeroporto de Brasília estava fechado para decolagens. Na pista, 13 aviões se acumulavam no solo, sem perspectivas de liberação. No Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, as decolagens para o Nordeste e Norte do país foram suspensas. No entanto, estavam autorizadas as decolagens para a Região Sul.

Logo que o aeroporto de Brasília foi fechado, não havia uma explicação oficial. Especulava-se que pode ser o início da greve dos controladores de vôo.

Aquartelamento

Em Brasília, os profissionais militares estão aquartelados desde o meio-dia de sexta-feira. Eles decidiram permanecer voluntariamente por tempo indeterminado no Cindacta I, a central de controle de tráfego aéreo da capital. O ex-presidente da Associação dos Controladores de Vôo de Brasília, disse que a categoria está em greve de fome . Fontenele é a pessoa autorizada a dar informações em nome dos controladores.

Segundo fontes ligadas aos militares, já existem mais de 100 controladores no local. O Cindacta 1 ofereceu um almoço de confraternização com churrasco para comemorar o Dia do Meteorologista e do Especialista, mas os operadores se recusaram a comparecer. Nem mesmo o lanche que a organização oferece a quem está de serviço foi aceito pelos militares, o que alimenta rumores de que eles pretendem entrar em greve de fome.

O sindicato que reúne os controladores civis, que representam cerca de 10% das categoria, divulgou nota para apoiar o protesto dos colegas militares e anunciar que podem entrar em greve na segunda-feira. - Não confiamos nos nossos equipamentos e não confiamos nos nossos comandos, diz o documento

Segundo a Infraero, dos 1.460 vôos previstos para entre 0h e 19h desta sexta-feira, 263 estão com mais de uma hora de atraso, o que representa 18% do total programado.

Ministro e Anac

O ministro da Defesa, Waldir Pires, se reuniu pela manhã com o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), da Infraero, e representantes da Aeronáutica.

Após a reunião, Waldir Pires, disse que o governo ainda não está negociando com os controladores de tráfego aéreo militares . Ao ser perguntado sobre o aquartelamento voluntário, o ministro disse que é um direito dos controladores permanecer no local de trabalho . Mas que não tem uma resposta imediata para todos os problemas. Que as autoridades estão elencando os problemas e soluções para apresentar ao presidente.

- Não podemos admitir uma impaciência na resolução de problemas institucionais - afirmou.

Ele também disse que a solução "sairá o mais breve possível". O prazo seria entre dez e 15 dias.

O ministro da Defesa, Waldir Pires, não enfrentou grandes problemas nos aeroportos e embarcou às 17h30 desta sexta-feira para o Rio de Janeiro. Ao ser perguntado se a situação estaria resolvida até a semana Santa, o ministro respondeu:

- Nós merecemos isso. Vocês merecem, o povo brasileiro merece. E nossos esforços e nossos deveres são para dar essas condições ao povo brasileiro - disse o ministro.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS), que ia pegar um vôo para Porto Alegre previsto para 19h30, após ver a situação do aeroporto de Brasília, desistiu de viajar. Ele disse que a crise desta sexta é mais um reforço para que seja realizada CPI do Apagão Aéreo no Congresso.

- Há seis meses o governo não controla a situação e isso mostra que a CPI é necessária - disse o senador.

Ao chegar para a reunião com o ministro Waldir Pires, o presidente da Infraero, José Carlos Pereira, disse que iria propor que a Infraero controle as operações de pouso e decolagem em 67 aeroportos, num raio de 10 quilômetros em volta do aeroporto, como já é feito em 22 aeroportos.

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