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Sucessão presidencial

Lula diz que mulheres não elegem "presidenta" se não quiserem

Instado pela plateia, Lula disse que mulheres são maioria da população. Presidente discursou durante inauguração de escolas técnicas no ES

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (6), durante inauguração de escolas técnicas na cidade de Linhares (ES), que as mulheres já são maioria no país e não elegem um presidente do sexo feminino "se não quiserem".

Num discurso repleto de referências à importância do protagonismo das mulheres a uma plateia formada principalmente por estudantes, o presidente foi provocado a incluir a palavra "presidenta" ao dizer que qualquer um dos alunos presentes poderia se tornar presidente.

"E presidenta também", acrescentou Lula. "Até porque as mulheres já representam 52% da população brasileira. Vocês são maioria. Não elegerão presidente mulher se não quiserem", completou o presidente, que apoia abertamente a candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à sucessão presidencial em 2010.

A ministra, que acompanhou Lula durante dois eventos no estado nesta sexta, não compareceu à inauguração. Dilma e Lula são alvo de representação do PSDB e do DEM, que os acusa de antecipar a campanha num evento para prefeitos em Brasília.

Antes, Lula já havia feito referência à sua mãe, responsável, segundo ele, pela profissão que o levaria a se tornar presidente.

"Eu estou orgulhoso porque lembro em 1961, quando tinha apenas 14 anos de idade, a minha mãe me pegou pelo braço para ir para o Senai [Serviço Nacional da Indústria]. Andamos oito quilômetros a pé para que eu fizesse um teste. Quando passei, nem sabia o que eu ia fazer. A única coisa que minha mãe sabia era que o filho dela, caçula, tinha que ter uma profissão", contou.

Segundo o presidente, foi o curso de torneiro mecânico que permitiu que ele conseguisse vaga "numa empresa grande", onde conheceu o sindicalismo e adquiriu "consciência política". "E vejam que coisa importante: por causa do curso, eu virei presidente da República."

Lula citou o ex-presidente Nilo Peçanha (1867-1924), que governou o país em 1909, como referência na construção de escolas. "Se cada presidente que veio depois tivesse feito a quantidade de escolas que ele fez, teríamos umas 700 escolas ou mais. Mas alguns presidente passaram pelo país e como já tinham diploma universitário, achavam que ninguém mais precisava ter."

E voltou a falar de mulheres ao mencionar a importância de uma profissão para a independência financeira. "Quando ela [a mulher] é dependente do salário do marido, se submete a coisas que não deveria se submeter. Se ela trabalha, ganha salário, tem o dinheiro dela, quando o marido vier gritar com ela, vai dizer: ‘Escuta aqui, conhece a Lei Maria da Penha?’", disse em referência à lei que pune a violência doméstica e ficou conhecida pelo nome de uma das beneficiadas.

Ronaldo

Lula também voltou a se referir ao jogador Ronaldo, do Corinthians, a quem comparou seu desempenho e o do governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), nos respectivos mandatos.

"Tenho a convicção que nós passaremos para a história deixando um legado à sociedade brasileira. A partir de nós, que vier depois, vai ter que fazer muito mais. Ou seja, depois que o Ronaldão marcar uns gols no Corinthians, o centroavante que vier depois, vai ter que marcar muitos mais. Agora, se ele não fizer nenhum, quem vier depois não tem parâmetro."

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