O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne nesta sexta-feira (29) com sua equipe de advogados para traçar estratégica jurídica e de comunicação em resposta à operação Triplo X, no âmbito da Operação Lava Jato , e à revelação de que a empreiteira Odebrecht fez a reforma de um sítio ligado à sua família.
A Folha de S.Paulo revelou nesta sexta-feira (29) que a Odebrecht, segundo fornecedores, arcou com a reforma do sítio frequentado pelo ex-presidente em Atibaia. Uma empresária que forneceu materiais diz que empreiteira gastou ao menos R$ 500 mil com as obras. A empresa nega.
Já a operação Triplo X, deflagrada pela Polícia Federal na quarta-feira (27), mira um apartamento tríplex ligado a Lula no Guarujá, no litoral paulista.
Lula e Marisa são intimados pelo MP para depor sobre triplex no Guarujá
Leia a matéria completaLEIA MAIS: Tudo sobre a Operação Lava Jato
O objetivo da força-tarefa é descobrir se outra empreiteira, a OAS – acusada de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras- buscou beneficiar ilegalmente o ex-presidente por meio do imóvel. É a primeira vez que a operação investiga um negócio diretamente ligado a Lula e seus parentes.
A mulher de Lula, Marisa Letícia, adquiriu a opção de compra do imóvel em 2005 por meio da cooperativa habitacional Bancoop, a antiga titular do prédio. Em 2014, o tríplex foi totalmente reformado pela OAS. Porém, em novembro de 2015, a assessoria de Lula informou que a família havia desistido de ficar com o imóvel.
O recuo ocorreu após as informações sobre o apartamento ganharem visibilidade na imprensa e a Lava Jato levar à prisão o ex-presidente da Bancoop e ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e de executivos da OAS.
Estratégia
A estratégia de defesa será desenhada em duas etapas. A assessoria jurídica de Lula se reunirá e, definida a linha de atuação, submeterá a proposta ao ex-presidente. Uma das ideias é questionar a legitimidade do juiz Sergio Moro para conduzir o processo sobre a Bancoop.
Apesar da avaliação de petistas de que Lula é alvo da Operação Lava Jato, o ex-presidente tem se esforçado para imprimir tranquilidade à rotina. Desde que foi deflagrada a Triplo X, mantém as reuniões previstas na agenda. Por exemplo, com os ex-ministros Carlos Gabas e Arthur Chioro.
Na quinta-feira (28), acompanhou a reunião da presidente Dilma Rousseff com o chamado “Conselhão”.
Em suas conversas, no entanto, Lula reclama da atuação dos agentes responsáveis pelas investigações e, segundo interlocutores, diz que as operações podem fomentar a disposição de concorrer em 2018.
-
Censura clandestina praticada pelo TSE, se confirmada, é motivo para impeachment
-
“Ações censórias e abusivas da Suprema Corte devem chegar ao conhecimento da sociedade”, defendem especialistas
-
“Para Lula, indígena só serve se estiver segregado e isolado”, dispara deputada Silvia Waiãpi
-
Comandante do Exército pede fé nos princípios democráticos e na solidariedade do povo
Deixe sua opinião