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Depois de criticar a prisão do fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (13) que pretende participar de protestos contra "aqueles que censuraram" o site responsável pelo vazamento de telegramas sigilosos da diplomacia dos Estados Unidos.

"[Quando deixar a Presidência] com certeza vamos protestar, um protesto contra aqueles que censuraram o Wikileaks. Vamos fazer manifestação, porque liberdade de imprensa não tem meia cara, liberdade de imprensa é total e absoluta. Não pode desnudar apenas o lado, precisa desnudar tudo", afirmou Lula.

O australiano Assange, de 39 anos, foi preso sob a acusação de estupro e agressão sexual. Ele está detido na prisão londrina de Wandsworth e teve o pedido de liberdade sob fiança negado pela Justiça no dia 7.

Ao discursar durante a solenidade de entrega do Prêmio Nacional de Direitos Humanos, no Palácio do Planalto, Lula disse que depois de deixar a Presidência "não vai ficar dentro de uma redoma de vidro" e que pretende encontrar o povo em atos públicos e protestos, mas fez uma ressalva.

"[Depois de deixar a Presidência] não vou ficar dentro de uma redoma de vidro. Vou fazer política. Então, pode estar certo que nós vamos nos encontrar em algum lugar, em alguma assembleia, passeata, ato público ou protesto. Mas não contra Dilma", discursou o presidente. No dia 9 de dezembro, durante balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Lula já havia pedido protestos contra restrições à liberdade de imprensa.

"O rapaz que estava embaraçando a diplomacia norte-americana, o rapaz do WikiLeaks foi preso e não estou vendo nenhum protesto pela liberdade de expressão. É engraçado. Não tem nada, nada pela liberdade de expressão e contra a prisão de um rapaz que estava colocando a nu um trabalho menor que muitos embaixadores fizeram", afirmou, na oportunidade.

Em referência a cartas sobre o Brasil enviadas pelo ex-embaixador norte-americano no país Clifford Sobel, Lula afirmou que é melhor ficar quieto do que "escrever bobagens". "A Dilma tem que falar para os seus ministros que se não tiver o que escrever, não escreva nada. Não escreva bobagem. Daí aparece o tal do Wikileaks e desnuda essa diplomacia".

Entre outros documentos divulgados pelo WikiLeaks, o site divulgou na semana passada telegrama da embaixada dos Estados Unidos de janeiro de 2008 em que é relatado um encontro entre o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e Clifford Sobel, que na época era embaixador dos EUA no Brasil.

Durante a conversa sobre um acordo de cooperação, segundo o documento, Jobim diz a Sobel que o então secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Samuel Guimarães, "odeia os Estados Unidos" e estava tentando criar problemas na relação entre os dois países.

Segundo o presidente, o "culpado não é quem divulgou [o conteúdo de documentos secretos], é quem escreveu. Portanto, ao invés de culpar quem divulgou, culpe quem escreveu a bobagem. [...] Então, Wilkileaks, minha solidariedade pela divulgação das coisas e meu protesto contra [o cerceamento] da liberdade de imprensa", complementou o presidente ao encerrar o discurso.

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