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Renato Casagrande foi eleito governador com 82,3% dos votos dos capixabas | José Cruz/ABr
Renato Casagrande foi eleito governador com 82,3% dos votos dos capixabas| Foto: José Cruz/ABr

Aliança com PT e desistência de Ciro ajudaram partido

O cientista político Fabrício Tomio, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), credita o crescimento do PSB na eleição proporcional deste ano ao apoio dado ao governo petista. Já no caso do resultado nos estados, é preciso avaliar as peculiaridades regionais para entender as vitórias. "Sobre as eleições nos governos, precisamos ser cautelosos na avaliação. Porque nesse caso a dinâmica regional influencia bastante", diz.

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Fortalecido pelas urnas, que de maneira surpreendente o transformaram no segundo partido com mais governadores do país, o PSB aproveita o bom momento para ganhar ainda mais espaço. Usa o peso dos seis governos estaduais que conquistou (perdendo apenas para o PSDB, que elegeu oito governadores) para negociar uma participação mais ampla no governo de Dilma Rousseff (PT).No governo Lula, o partido comanda o Ministério da Ciên­­cia e Tecnologia e a Secretaria Na­­cional dos Portos. A expectativa agora é conseguir mais um ministério e o comando de uma estatal ou do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, Ciro Gomes, que desistiu da candidatura à Pre­­sidência para que o partido apoias­­se Dilma, é um dos nomes cotados para assumir um cargo no primeiro escalão.

Publicamente, porém, os dirigentes do partido negam que existam negociações por mais cargos. "O nosso apoio a Dilma se deve mais à questão de natureza programática. Se a presidente entender que deve contar com a colaboração do PSB [no governo] deve discutir isso com o Eduardo Campos, que é o presidente do partido", diz o primeiro-secretário do PSB, Carlos Siqueira.

Eduardo Campos, aliás, transformou-se no governador proporcionalmente mais votado do país, ao obter 82,84% dos pernambucanos neste ano. Além de Pernambuco, o partido conquistou mais três estados no Nordeste (Paraíba, Piauí e Ceará), passando a ser o partido com maior número de governadores na região. O partido também obteve a segunda maior votação proporcional do país. No Espírito Santo, Renato Casagrande teve 82,3% dos votos válidos. O sexto estado onde o PSB venceu foi o Amapá.

Na disputa para o Legislativo, o PSB também cresceu. Embora vá continuar como um partido de porte médio, a legenda ampliou sua bancada na Câmara dos Deputados e no Senado. Passou de 27 deputados federais para 34. No Senado, conquistou mais uma cadeira e terá, a partir de 2011, três senadores. "O nosso partido tem crescimento sistemático. Não foi uma surpresa para nós, já esperávamos esses resultados", comenta Siqueira.

Curitiba

Embora evitem falar em ampliar a participação do PSB no governo federal, o resultado do pleito deste ano animou os dirigentes do partido para a eleição de 2012. De acordo com o primeiro secretário do partido, o PSB espera ampliar o número de prefeitos eleitos em 2012.

Um dos nomes com os quais o partido conta é o do atual prefeito de Curitiba, Luciano Ducci. "O Luciano é um quadro muito importante e nós vamos estimulá-lo a ser candidato à reeleição", afirma Siqueira. Ele diz não haver qualquer problema com a aliança do partido com o PSDB no Paraná, mesmo estando nacionalmente coligado ao PT. "Nossa tendência é nos coligarmos prioritariamente com partidos de esquerda, mas nunca excluímos o PSDB dessa possibilidade", completa.

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