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Mantega (de boné) é conduzido pelos policiais federais | MIGUEL SCHINCARIOL/AFP
Mantega (de boné) é conduzido pelos policiais federais| Foto: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP

Depois de ser libertado pela Polícia Federal (PF), o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega conversou com alguns interlocutores para negar qualquer envolvimento com esquema de corrupção e pagamento de propina descrito por Eike Batista em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) em maio deste ano. Segundo o empresário, ele teria pago US$ 2,35 milhões em uma conta no exterior destinada ao casal de marqueteiros Monica Moura e João Santana a pedido do ex-ministro. Eike procurou espontaneamente os investigadores e depôs na condição de testemunha.

Costumeiramente comedido e cuidadoso no que diz, Mantega partiu para o ataque em relação ao empresário para as pessoas de seu círculo mais próximo.

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“Eike falsificou balanços e enganou o mundo inteiro com seus negócios, agora está falseando essa versão de propina”, disse o ex-ministro a um dos interlocutores

A acusação de Mantega é uma menção ao fato de Eike ser acusado de manipulação ao vender ações sem informar aos investidores da situação negativa das empresas, altamente endividadas e com menos ativos à disposição do que o empresário propalava no mercado. Em 2012, Eike chegou a ser o sétimo homem mais rico do mundo, uma riqueza calculada em US$ 30 bilhões. No ano passado, seu patrimônio era estimado como negativo em US$ 1 bilhão.

O ex-ministro negou que tenha alguma vez discutido qualquer ilicitude com o empresário. Ex-integrantes da equipe do ministério afirmam que Eike e seus assessores rotineiramente pediam reuniões com Mantega, nem sempre atendidas. O empresário fazia parte da chamada política dos “campeões nacionais” e era visto dentro do governo como um possível sucessor do empresário já falecido Roger Agnelli, que acumulou poder à frente da mineradora Vale.

No fim da tarde desta quinta-feira (22), Mantega já estava em casa. Apesar de questionar o momento da prisão, afirmou aos amigos que foi muito bem tratado pelos policiais federais. O delegado da PF responsável por detê-lo chegou a comprar-lhe um lanche porque o ex-ministro estava sem dinheiro quando foi preso. Os agentes explicaram a Mantega que não poderiam descumprir a decisão judicial.

A mulher de Mantega, Eliane Berger, que no momento da prisão era submetida a um procedimento cirúrgico para a retirada de um tumor, cujo material passará por biopsia para verificar se trata-se de uma nova lesão do câncer que a acomete desde 2011, não chegou a ver a detenção do marido porque já estava sedada. Ela se recupera da cirurgia no hospital Albert Einstein, em São Paulo.

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