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Serra e Marina em debate da eleição de 2010. | Valter Campanato/ABR
Serra e Marina em debate da eleição de 2010.| Foto: Valter Campanato/ABR

Dois ex-candidatos à Presidência da República – Marina Silva (Rede, ex-PV e ex-PSB ) e José Serra (PSDB) – são suspeitos de terem recebido caixa 2 para suas campanhas pago pela empreiteira OAS, envolvida no esquema investigado pela Operação Lava Jato. Segundo os jornais O Globo e Folha de S.Paulo, dirigentes da empreiteira teriam prometido falar do assunto nas negociações que promovem com a força-tarefa da Lava Jato para fechar acordos de delação premiada. Serra, que hoje é ministro das Relações Exteriores do governo Temer, já havia aparecido na lista de cerca de 300 políticos que teriam recebido dinheiro de outra empreiteira investigada na Lava Jato, a Odebrecht (ainda não há informações se essas doações foram legais ou não). Marina nega as acusações. Serra não foi localizado.

Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, teria relatado à força-tarefa da Lava Jato que o pedido de contribuição fora do caixa oficial da campanha teria sido feito pelo candidato a vice de Marina em 2010, o empresário Guilherme Leal, e por um dos coordenadores da campanha da então candidata pelo PV, o ex-deputado Alfredo Sirkis . Não há informação de quanto teria sido repassado de forma ilegal nem mesmo se isso se efetivou. Marina, Leal e Sirkis negaram ter recebido verba por meio de caixa 2. Eles afirmam que todos os recursos de campanha foram declarados à Justiça Eleitoral.

O que diz Marina

Em nota, Marina afirmou nunca ter aceitado caixa 2 em suas campanhas: “Não acredito que nenhum dirigente do PV possa ter usado meu nome sem ter me dado conhecimento, ainda mais para fins ilícitos”. Ela ainda diz ter confiança que a Lava Jato vai esclarecer o assunto.

Já Sirkis admitiu que se encontrou com Léo Pinheiro. Ele afirma que, depois do encontro, o empreiteiro fez duas doações, a seu pedido, de R$ 200 mil – a primeira em agosto e a segunda em setembro de 2010, totalizando R$ 400 mil. Os repasses foram registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como contribuições para o Comitê Financeiro Único do PV no Rio de Janeiro, em vez do comitê da campanha nacional.

“As doações serviram para apoiar a campanha presidencial no estado do Rio de Janeiro, a de governador, de deputados federais e estaduais, que funcionaram naquela eleição com uma logística unificada (material, pesquisas, rádio e TV)”, escreveu Sirkis, em nota divulgada à imprensa. “Não cabe a insinuação de que a campanha de Marina tenha recebido quaisquer doações ilegais”, completou.

Sirkis também deu mais detalhes sobre o encontro: “Houve a reunião em São Paulo (...). Foi a partir de iniciativa do sr. Léo Pinheiro, que tinha interesse em conhecer as ideias da campanha presidencial de Marina pelo PV. A reunião foi curta e consistiu principalmente de perguntas do sr. Léo Pinheiro sobre nossas posições em relação à economia brasileira e questões ambientais”, relatou Sirkis. De acordo com os registros do TSE, os R$ 400 mil da OAS foram gastos pelo PV do Rio com pessoal e impressão de materiais diversos para o partido.

José Serra

Segundo informações da colunista Monica Bergamo, da Folha de S.Paulo, dirigentes da OAS também teriam prometido relatar detalhes de um suposto financiamento eleitoral irregular realizado para José Serra. O jornal não informou qual dirigente da empreiteira teria citado Serra nem para qual campanha esse dinheiro teria sido usado.

O tucano foi procurado pelo jornal, mas a assessoria do Itamaraty informou não ter localizado o ministro.

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