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A Mesa Diretora do Senado fará uma auditoria nas contas secretas usadas para custear o plano de saúde dos funcionários do Senado. O primeiro-secretário, senador Heráclito Fortes (DEM-PI) disse neste domingo (5) que é preciso saber como essas contas são administradas e se houve mau uso do dinheiro, estimado em R$ 160 milhões. O presidente da Comissão de Fiscalização e Controle do Senado, Renato Casagrande (PSB-ES) também pedirá explicações à Mesa Diretora. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, as contas paralelas foram criadas em 1997, na gestão do então presidente e Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA). Estas contas secretas estão fora da contabilidade oficial do Senado e do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) e são movimentadas pelo diretor-geral da Casa, cargo que Agaciel Maia ocupou nos últimos 14 anos até ser afastado em março passado.

O senador Heráclito disse que as contas não são secretas nem irregulares, apesar de estarem fora do Siafi. "A conta é necessária porque é com esse dinheiro que é custeado o plano de saúde. A questão é saber se é bem gerida", disse o primeiro-secretário, defendendo a criação de um conselho de gestão para administrar os recursos, com a participação de servidores do Senado, da ativa e aposentados. "Essa conta não é secreta, é especial", acrescentou.

Heráclito disse que o resultado da auditoria é que vai mostrar que medidas adicionais poderão ser tomas em relação às contas. Ele reconheceu, no entanto, que a quantia de R$ 160 milhões é muito alta para ficar nas mãos apenas do diretor-geral do Senado "É muito dinheiro, por isso vamos montar um conselho de gestão", afirmou.

O senador Renato Casagrande contou que já havia a suspeita da existência de outras contas, que estavam sendo investigadas pela comissão. "A nossa avaliação é que estas contas eram uma prática equivocada, tanto que o Senado mandou encerrar as contas. Me estranha muito, se existirem estas outras contas, porque não fizeram tudo de uma vez só", afirmou o senador, lembrando que no mês passado foram identificadas duas contas paralelas, no valor de R$ 3,740 milhões.

Casagrande disse que apresentará neste domingo um pedido de esclarecimentos ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

"Se ficar confirmado isso, é uma gestão pré-histórica, frágil, que leva a muita suspeição. Estamos muito estarrecidos, se isso se confirmar, com a forma como o Senado gerencia as suas finanças". Para Casagrande, embora a denúncia não envolva diretamente Sarney, fragiliza ainda mais o presidente do Senado, que vem sofrendo pressão para deixar o cargo.

O senador Heráclito Fortes faz uma avaliação diferente. Para ele, a divulgação dos fatos mostra que Sarney e a Mesa Diretora estão mostrando "boa vontade de torná-los públicos".

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