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Veja o poder de fogo de alguns políticos paranaenses no twitter |
Veja o poder de fogo de alguns políticos paranaenses no twitter| Foto:

Fiscalização mais difícil na rede

O Tribunal Superior Eleitoral não possui até o momento uma estratégia eficaz para responsabilizar pessoas mal-intencionadas com sites hospedados no exterior que publiquem conteúdo ofensivo a candidatos na campanha eleitoral deste ano.

Na semana passada, a assessoria de imprensa do TSE foi questionada sobre o assunto, mas informou que os ministros da corte ainda não discutiram esse tema. E que o ministro Arnaldo Versiani, responsável por elaborar a resolução que regulamenta a campanha em 2010, não quer dar entrevista sobre o assunto.

Se anônimos publicarem em blogs ou sites do exterior conteúdo falso contra candidatos, ficará difícil o cumprimento de penalidades como, por exemplo, o direito de resposta. As diferenças de legislações eleitorais entre o Brasil e outros países, assim como os diferentes entendimentos sobre liberdade de opinião, devem dificultar o cumprimento de decisões da Justiça no exterior. Até mesmo quando as regras são parecidas, ou o Brasil possui acordo com outros países, o tempo necessário para cumprir uma ordem judicial pode demorar meses, tornando a decisão sem efeito.

Segundo o perito em crimes cibernéticos Wanderson Castilho, existem atualmente tecnologias que poderiam solucionar o problema. Dono da empresa de segurança online Netsecurity, ele explica que é possível bloquear o endereço de sites com conteúdo indevido. "Seria possível bloquear sites quando fosse requisitado pleo Tribunal. Assim os usuários no Brasil não conseguiriam acessar as páginas que não cumprissem as determinações judiciais." Em conjunto com a empresa BR Conexion, Castilho desenvolveu uma tecnologia dessa natureza e colocou à disposição da Polícia Federal, para combate à pedofilia.

Rhodrigo Deda

  • Castilho, da Netsecurity:

O sucesso das redes sociais no Brasil desencadeou entre os políticos uma nova corrida pela conquista do elemento-chave que, para dez entre dez marqueteiros, pode determinar a vitória ou derrota em uma campanha eleitoral. A meta é angariar a atenção e o respeito daquele sujeito que exerce influência sobre um determinado grupo e que detém o poder de multiplicar votos: o cobiçado "formador de opinião" da era digital, esse ser ao mesmo tempo distante e tonitruante.De olho na imagem e nos possíveis votos que poderão abocanhar junto aos formadores de opinião, a grande maioria dos políticos locais aderiu às redes sociais. Delas, o Twitter (www.twitter.com) – uma espécie de "fórum digital de aforismos" – é a preferida. A dinâmica do microblog, que permite rápidas atualizações e a retransmissão das mensagens, pode criar um efeito cascata capaz de alcançar milhares de eleitores e, de quebra, repercutir em outras mídias (como, por exemplo, no caso do governador Requião e a recente rebelião da PCE). Mas é possível determinar o verdadeiro alcance das mensagens? E o número de seguidores, significa, de fato, um diferencial? É preciso estar lá Segundo Sérgio Amadeu da Sil­­veira, sociólogo e doutor em Ciên­­cia Política pela Univer­­sidade de São Paulo, a internet reproduz o mundo real e o sucesso nas redes sociais pode trazer resultados nas urnas. "O candidato que não estiver presente, principalmente, no Twitter, Orkut e Youtube, vai ter uma desvantagem significativa. O cidadão comum, que fazia comentários no bar ou na sala de aula, agora emite sua opinião na internet", lembra.

Dos políticos paranaenses que pretendem se candidatar nas eleições deste ano, Beto Richa é o que tem maior número de seguidores no Twitter. Mas, observando algumas variáveis presentes no microblog, é possível detectar, partindo de premissas simples, que as mensagens publicadas pelo prefeito, dentre os políticos locais, podem não ser as que geram maior alcance no microblog. Ainda não existe uma inteligência artificial eficiente que consiga mensurar o real alcance das mensagens publicadas, mas é possível afirmar que, quanto mais seguidores de primeiro nível com maior número de seguidores (os "amigos dos amigos"), maior o potencial de alcance. A credibilidade, notoriedade e atividade dos twitters – escribas e seguidores – são fatores que devem ser considerados.

Para Sérgio Amadeu, o Twitter reproduz o fenômeno do culto às celebridades. Muitos usuários, aliás, iniciam suas atividades seguindo pessoas públicas como os políticos. "Essas pessoas utilizam a força midiática e acabam seguidas por admiração, só que seus novos seguidores na maioria das vezes não têm relevância e influência sobre os outros usuá­­rios", explica.

Cabo eleitoral virtual

O cientista político ainda alerta para o surgimento de um novo tipo de cabo eleitoral nas próximas eleições. "Algumas celebridades já começam a seguir perfis de políticos e imagino que muitos perfis com bom número de seguidores e credibilidade na rede receberão propostas para divulgar um candidato ou emitir opinião", arrisca. Em suma: depois das postagens pagas em blogs, é possível que tenhamos, em breve, as twittadas pagas e não computadas nas contas de campanha.

Potencial

Em termos figurados, poderíamos imaginar uma mensagem de Twitter como aquela pedra chata que, quando crianças, jogávamos nos lagos rezando para que "quicasse" na superfície da água. Na maioria das vezes, por imperícia, a pedra afundava de primeira; em alguns casos, porém, ricocheteava longamente e com estilo. Uma mensagem de valor, para políticos ou postulantes a formador de opinião, "ricocheteia" para outros perfis. Tem, portanto, maior potencial de alcance.

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