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Dilma Rousseff fala ao lado da equipe médica do Hospital Sírio Libanês | Antonio Milena/Agência Estado
Dilma Rousseff fala ao lado da equipe médica do Hospital Sírio Libanês| Foto: Antonio Milena/Agência Estado

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) informou neste sábado (25) que retirou um tumor de 2 centímetros em sua axila esquerda. Segundo seus médicos, o tumor era um linfoma, um câncer do sistema linfático (parte do sistema de defesa do organismo). Ele foi retirado para ser avaliado e exames posteriores detectaram que ele era o único foco da doença no organismo.

Dilma deu entrevista coletiva com seus médicos Roberto Kalil Filho, Paulo Roff e Yana Novis na tarde deste sábado no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo.

Segundo os médicos, Dilma deve passar agora por quatro meses de quimioterapia preventiva para evitar o surgimento de novos nódulos. Para isso, ela passou por uma cirurgia de implantação de um cateter para facilitar a administração dos medicamentos.

A hematologista Yana Novis, que acompanha o tratamento da ministra, afirmou que o linfoma foi encontrada em estágio inicial e é do tipo B de grandes células. A chance de cura, de acordo com a equipe médica, é altíssima.

A cirurgia para a retirada do tumor, que durou 45 minutos, foi realizada há cerca de três semanas. A ministra foi sedada, com aplicação de anestesia local, e voltou ao trabalho ainda no mesmo dia, informou a equipe médica.

Mesmo com o tratamento, Dilma afirmou que não vai reduzir nem diminuir seus compromissos. "Vou manter minha atividade como ministra no mesmo ritmo. Esse tratamento não implica que eu tenha que me retrair ao deixar de comparecer ao meu trabalho", disse. "Acredito que até vai ser um fator para me impulsionar. Na vida, a gente enfrenta desafios. Esse é mais um desafio", acrescentou.

Dilma já passou por uma sessão de quimioterapia, mas afirmou que não sofreu com nenhum sintoma. "Os efeitos colaterais esperados são mínimos", disse Yana. A ministra deve passar por novas sessões de quatro horas cada, uma vez a cada três semanas pelos próximos quatro meses, em São Paulo.

A ministra disse ainda que a quimioterapia é algo muito desagradável. "Mas como tantos homens e mulheres que enfrentam esse desafio e superam, eu tenho certeza que nesse caso vou ter um processo de superação da doença", disse. "Eu tive sorte pelo diagnóstico precoce", completou.

Aliados políticos, como o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, estiveram no hospital para conversar com Dilma. O vereador José Américo Dias, presidente do diretório municipal do PT em São Paulo, disse que ficou sabendo da doença da ministra pela imprensa, neste sábado. "Foi uma surpresa para mim e para muita gente do PT, mas creio que a estratégia de manter sigilo até saber da extensão da doença foi acertada", disse. Para ele, a notícia da doença não afetará em nada os planos políticos do PT.

Em outubro de 2007 , a ministra chegou a ficar internada com diverticulite aguda, uma inflamação que poderia comprometer o intestino.

Candidatura

Dilma Rousseff é considerada o principal nome do PT para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010. Porém, durante a coletiva, quando foi questionada sobre a possível candidatura, a ministra afirmou que não confirma a participação "nem amarrada".

Em 15 de abril, em entrevista à Rádio Globo, Lula disse: "Fazer minha sucessão é uma tarefa gigantesca. Todo mundo sabe que tenho intenção de fazer com que Dilma seja candidata do PT e dos partidos, mas se ela vai ganhar vai depender de cada brasileiro".

Repercussão

A notícia repercutiu no meio político neste sábado. O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), afirmou que o partido "continua contando" com a ministra Dilma Rousseff para as eleições presidenciais de 2010, embora ela mesma ainda não tenha confirmado a candidatura.

Para o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), a ministra "estará restabelecida brevemente dessa doença transitória". Ele afirmou que o partido trabalha com a "hipótese de disputar a eleição com ela" e de que a "política vai continuar no seu curso".

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que participa de reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Nova York, afirmou que a doença é um "probleminha que ela vai ter que resolver" e que isso não vai afetar "a vida política" da ministra.

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