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O Ministério Público Federal (MPF) em Belo Horizonte ofereceu nova denúncia contra Marcos Valério Fernandes de Souza e seus ex-sócios Cristiano de Mello Paz e Ramon Hollerbach Cardoso. Na acusação formal, Valério e os ex-sócios foram denunciados pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Conforme a denúncia, entre 1998 e 2000 foram efetuadas várias remessas ilegais de dinheiro ao exterior por meio da conta Beacon Hill Service Corporation. Os valores movimentados, segundo o MPF, ultrapassam US$ 620 mil. A Procuradoria da República em Minas afirma que o processo de lavagem de dinheiro "tinha o objetivo de viabilizar a dissimulação da natureza e origem dos valores provenientes de crimes contra a Administração Pública decorrentes do esquema que ficou conhecido como Mensalão Mineiro".

A acusação formal resulta do desmembramento do inquérito 2280, aberto para apurar o suposto esquema de caixa dois e desvio de recursos públicos durante a campanha à reeleição do então governador de Minas e atual senador, Eduardo Azeredo (PSDB). A campanha de 1998, cuja operação comandada por Valério foi considerada o "embrião" do esquema do Mensalão - escândalo que veio à tona durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ex-procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, denunciou 15 pessoas, entre elas Valério, Azeredo e o ex- ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia - que na época ocupava o cargo de vice-governador do Estado -, e apontou desvio de pelo menos R$ 3,5 milhões dos cofres públicos do Estado. Destinados a patrocinar eventos esportivos, os recursos, na verdade, eram repassados "clandestinamente" à campanha de reeleição do então governador, segundo o MPF.

O MPF já havia denunciado em novembro do ano passado Valério, ex-sócios e outras 25 pessoas, entre elas dirigentes e ex-dirigentes do Banco Rural por evasão de divisas, crimes contra a administração pública e o sistema financeiro. "Nessa nova denúncia foi imputada ao grupo a evasão de divisas e lavagem de dinheiro referente a transações bancárias não albergadas nas outras denúncias", diz o MPF.

Na semana passada, o Ministério Público Estadual (MPE) ajuizou ação de improbidade administrativa contra o empresário e o ex-prefeito de Contagem (MG), atual deputado estadual Ademir Lucas (PSDB), por irregularidades no contrato de publicidade firmado entre a agência SMPB e o município, em 2001.

Os advogados de Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach não foram localizados. Azeredo e Walfrido já negaram envolvimento com as supostas irregularidades na campanha de 1998.

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