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Ex-vereador pelo PT, Alexandre Romano está preso preventivamente na sede da PF em  Curitiba. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Ex-vereador pelo PT, Alexandre Romano está preso preventivamente na sede da PF em Curitiba.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O Ministério Público Federal pediu à Justiça Federal a prisão preventiva do ex-vereador do PT Alexandre Romano, preso temporariamente na 18ª fase da Operação Lava Jato, na semana passada. Segundo a PF, Romano afirmou em depoimento que passou a “atuar a favor da Consist” por indicação do ex-tesoureiro do PT Luiz Guishiken, falecido em 2013. O trabalho para a empresa teria começado, segundo Romano, por indicação de Gushiken.

O ex-vereador do PT disse que, em abril de 2010, depois que começou a receber os valores da Consist, procurou Gushiken e ofereceu a ele metade dos pagamentos que receberia. “Gushiken teria inicialmente sugerido que os pagamentos fossem direcionados para Vaccari [João Vaccari Neto, tesoureiro do PT]”, mas Romano disse que não concordou em repassar para o partido e Gushiken lhe indicou suas empresas para receber os depósitos, o escritório de advocacia Guilherme de Salles Gonçalves e a Politec, uma empresa de tecnologia.

Romano afirmou que os valores devidos a Gushiken foram repassados a essas duas empresas indicadas e que o pagamento ao advogado foi feito por indicação do petista, “não por conta da necessidade de um parecer” jurídico. Romano disse que, a pedido de Gushiken, indicou também a JD2 Consultoria para que recebesse valores da Consist.

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Gushiken teria dito, segundo ele, que os repasses teriam sido feitos para “ajudar na manutenção do acordo de cooperação” firmado com o Ministério do Planejamento e que garantiu à Consist acesso ao banco de dados de cerca de 2 milhões de funcionários públicos Federais.

O sócio da JD2 teria dito que “ajudaria” por meio de um assessor do Ministério do Planejamento chamado Valter Correia da Silva – o assessor foi chefe da Assessoria Especial para Modernização da Gestão (novembro de 2012 a fevereiro de 2015), secretário-executivo adjunto (fevereiro de 2011 a novembro de 2012) e secretário de Gestão (de 2005 a 2007) do Ministério do Planejamento.

“Não é nem um pouco factível que uma empresa remunere um prestador de serviços, à razão de 40% de seu faturamento, por este ter simplesmente ‘ajudado a formalizar’ alguns contratos ou porque tal prestador é responsável por ‘manter os contratos’ com as instituições financeiras como estão”, afirmou o MPF na manifestação enviada ao juiz Sergio Moro.

A JD2 recebeu R$ 7,2 milhões da Consist entre 2012 e 2015. Segundo o MPF, Valter Correia da Silva “tinha as condições de, recebendo valores em troca, fazer com que fosse renovado no âmbito do Ministério do Planejamento”, renovando o termo de parceria que beneficiava a Consist.

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