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O ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), foi alvo ontem de uma nova denúncia por uso indevido de recursos públicos. Depois de ter sido revelado que o ministério repassava dinheiro a entidades filiadas a centrais sindicais vinculadas ao PDT, ontem o jornal O Estado de S.Paulo denunciou a pasta por transferir irregularmente cerca de R$ 1,5 milhão ao Instituto Nacional América, com sede no Rio Grande do Sul, para treinar trabalhadores para a Copa do Mundo de 2014. O instituto não poderia receber dinheiro público porque havia sido punido pela Controladoria-Geral da União por outras irregularidades e entrou na lista de entidades vetadas pelo governo federal.

O pagamento foi liberado 23 dias depois de a punição à ONG ter sido publicada no Diário Oficial da União. O convênio com o instituto previa mais R$ 1,5 milhão em repasses.

Oposição questiona

O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Duarte No­­­guei­­­ra (SP), entrou ontem com duas representações, uma na Pro­­­curadoria-Geral da Repú­­­­blica e outra no Mi­­­nistério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) contra Carlos Lupi. Em outra frente, ele apresentou no Tribunal de Contas da União (TCU) um pedido de auditoria especial para investigar denúncias envolvendo a pasta.

Para Duarte, "é inequívoca a prática de improbidade administrativa" nas ações do Ministé­­­rio do Trabalho. No comando do rateio de recursos milionários do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), Lupi abrigou parte da cúpula do seu partido, o PDT, na pasta e encontrou brecha para turbinar centrais sindicais, impedidas pelo TCU de receber dinheiro público por causa de irregularidades no passado. Só neste ano, entidades vinculadas a centrais já receberam R$ 11 milhões.

O ministro mantém dez integrantes da Executiva do PDT em postos de comando do ministério e outro personagem da cúpula partidária na Fundacentro, instituição ligada à pasta. Sucessor de Leonel Brizola na presidência do PDT, Lupi chegou ao Ministério do Trabalho em 2007, após perder a disputa para governar o Rio de Janeiro e ter apoiado a reeleição de Lula. Ele tirou li­­­cença do comando do PDT para assumir o ministério, mas continuou mandando na legenda, numa confusão de fronteiras entre o cargo no governo e a militância partidária.

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