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O caseiro Francenildo Costa em julgamento do ex-ministro Antonio Palocci no STF em junho | Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
O caseiro Francenildo Costa em julgamento do ex-ministro Antonio Palocci no STF em junho| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

O caseiro Francenildo dos Santos Costa disse ao G1 na noite desta quarta-feira (15) que ficou feliz com a notícia de que a Justiça Federal do Distrito Federal condenou a Caixa Econômica Federal a indenizá-lo em R$ 500 mil pela quebra de seu sigilo bancário, mas disse ainda estar "com o pé atrás", porque o banco deve recorrer.

"Eu agora tenho que esperar para ver quando vão pagar. Dá para aliviar, mas ainda pode levar anos para sair. (...) Esse dinheiro, se um dia eles me pagarem, vai me aliviar. Mas o que fizeram comigo não tem dinheiro que pague", afirmou o caseiro.

A Justiça Federal do Distrito Federal condenou a Caixa Econômica Federal nesta quarta-feira (15) a indenizar o caseiro Francenildo dos Santos Costa em R$ 500 mil por danos morais por quebra do sigilo bancário em 2006. Ainda cabe recurso da decisão.

Em 2006, o caseiro, que trabalhava na casa supostamente frequentada por pessoas ligadas ao ex-ministro da Fazenda e atual coordenador da campanha de Dilma Rousseff (PT), Antonio Palocci, teve seu sigilo bancário violado.

O juiz considerou que Francenildo "é pessoa humilde e como muitos trabalhadores brasileiros, mantinha vida digna com esforçado e lícito labor, sofreu confessada quebra de sigilo de seus dados bancários, merece ser indenizado". Em nota, a Caixa informou que vai recorrer.

O caseiro contou ao G1 que foi avisado sobre a decisão por seu advogado.

Francenildo disse que, se os R$ 500 mil de indenização sair, ele comprará uma casa para a família – ele mora de aluguel em Brasília.

"Não é a dinheirama que eles ganham em juro, mas para mim é bom. Se sair, vou comprar uma casa para morar. Hoje estou morando de aluguel. A Caixa devia dar exemplo. Fica fazendo propaganda de casa própria na televisão, mas tem um caseiro doidinho para ter uma casa", disse.

Hoje, Francenildo disse que trabalha como jardineiro e recebe R$ 600 por mês. Recebe por dia e não tem carteira assinada.

Ele contou também que usaria o dinheiro para ajudar a mãe e dar uma educação melhor aos filhos. Ele tem um filho de 11 anos e uma menina nascerá em janeiro.

"A notícia boa eu já tive, que é o nascimento da minha filha. Esse dinheiro era bom para conformar ela e ajudar o outro. Dar bom estudo e vida digna."

O caseiro também disse à reportagem que, além da indenização, quer ser reconhecido no futuro como um homem digno. "Eu espero isso, que possa ser reconhecido no futuro pela dignidade, né?"

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