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Beto optou pela conversa: e deveria ser sempre assim. | Divulgação
Beto optou pela conversa: e deveria ser sempre assim.| Foto: Divulgação

Para além do discurso conciliatório que governadores eleitos pela oposição começam a moldar na relação com o Executivo federal, estados governados pelo PSDB já elegeram o principal tema no em­­bate com a gestão Dilma Rousseff. Mais do que a discussão sobre a CPMF, a compensação das perdas com a Lei Kandir, que desonera as exportações de produtos primários, tornou-se tema prioritário dos governadores eleitos pela oposição – e encontra respaldo entre os governistas.

Com base em diagnósticos traçados por secretários de Fazenda, os futuros governadores alegam que as perdas causadas pela regra chegam a R$ 19,5 bilhões desde 2005. Em reunião na semana passada, os tucanos eleitos por São Paulo, Geraldo Alckmin, e Goiás, Marconi Perillo, definiram que o assunto é prioritário na agenda política.

Criada em 1996, a Lei Kandir prevê o fim do recolhimento de Im­­posto sobre Circulação de Mer­­cadorias e Serviços (ICMS) sobre ex­­portações. A medida gera perda de recursos para os estados, mas pre­­vê que a União será responsável por ressarcir a queda de receita. Nos últimos anos, no entanto, o governo federal não tem colocado a previsão de recursos para esse fim na proposta orçamentária, o que deixa os governadores insatisfeitos.

Na semana que vem, será votado no plenário da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados um projeto de lei de 2002 que altera a Lei Kandir. O texto prevê a incidência do ICMS nas operações com energia elétrica, alcançando todas as etapas – da produção até a distribuição. A me­­dida é de interesse direto dos governadores eleitos, que já acionaram as bancadas para votar a fa­­vor do tema. "Esse é um assunto muito im­­portante e vamos traba­­lhar pa­­ra aprová-lo na comissão", declarou o deputado Edson Aparecido (PSDB), um dos parlamentares mais próximos de Alckmin.

CPMF

Beto Richa (PSDB), governador eleito do Paraná, defendeu estratégia comum na abordagem da Lei Kandir. Os governadores da oposição articulam uma reunião para depois do feriado de 15 de novembro com o objetivo de discutir o as­­sunto e pressionar o governo fe­­de­­ral a atender as demandas. A com­­pensação das perdas provocadas pela lei encontra mais consenso en­­tre governadores eleitos que a volta da CPMF, assunto colocado em pauta, na semana passada, pelo PSB.

Para Richa, o governo federal deve discutir o ressarcimento no bojo de uma reforma tributária ampla. "Deve haver uma repactuação das receitas da União com Estados e municípios", disse, mencionando um dos temas que foram explorados na campanha presidencial do PSDB.

Na terça-feira, haverá uma reunião dos secretários de Fazenda para discutir as perdas com a lei. Eles alegam que os recursos diminuíram ao longo dos anos e querem que União coloque na proposta orçamentária de 2011 R$ 7,2 bilhões.

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