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Dilma Rousseff, primeira mulher eleita presidente, foi cassada nesta quarta-feira (31). | Evaristo Sá/AFP
Dilma Rousseff, primeira mulher eleita presidente, foi cassada nesta quarta-feira (31).| Foto: Evaristo Sá/AFP

Foram 61 votos a favor e 20 contra o impeachment. O relógio marcava 13h35 nesta quarta-feira (31) em Brasília, quando o Senado cassou o mandato de Dilma Rousseff (PT), pôs fim a 13 anos de petismo e alçou Michel Temer à cadeira de presidente da República, agora em caráter definitivo.

A confiança do peemedebista no resultado era tanta que ele já tinha um cronograma traçado para as poucas horas que permanecerá no Brasil antes de viajar no início da noite para a China, onde participará do encontro do G-20.

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A decisão é emblemática: primeira mulher eleita presidente, Dilma foi o segundo presidente a ter o mandato cassado na jovem democracia brasileira (o primeiro foi Fernando Collor, em 1992). A votação do Senado Federal sacramenta o fim da Era PT – e encerra os nove meses durante os quais o processo de impeachment se arrastou pelo Congresso.

O Partido dos Trabalhadores, um dos primeiros a se formar na redemocratização do país, disputou o governo em todos os pleitos, até finalmente eleger Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. Em 13 anos, as gestões petistas ficaram marcadas por tentativas de redistribuição de renda, como o Bolsa Família, e escândalos de corrupção.

Do mensalão, detonado em 2005 pelas revelações do então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), ao esquema de corrupção na Petrobras, que ainda está sendo desnudado pela Operação Lava Jato e envolve de políticos a grandes empreiteiras. O PT caiu e levou Dilma junto, condenada por senadores por crime de responsabilidade pela prática das pedaladas fiscais – atraso de forma proposital do repasse de dinheiro para bancos (públicos e também privados) e autarquias, como o INSS, para melhorar artificialmente as contas federais.

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Até o último momento do processo, Dilma negou que tenha cometido crimes. “Não pratiquei ato ilícito. Está provado que não agi dolosamente em nada. Os atos praticados estavam inteiramente voltados aos interesses da sociedade. Nenhuma lesão trouxeram ao erário ou ao patrimônio público.”, afirmou em discurso proferido no Senado, na segunda-feira (29).

De outro lado, a oposição sempre foi ferrenha ao afirmar que houve, sim, crime – e recebeu o apoio de uma parcela relevante da sociedade, que saiu às ruas para pedir o afastamento. Em março deste ano, cerca de 3,5 milhões de brasileiros foram às ruas para protestar contra o governo, o que indicava que ele já estava com os dias contados.

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