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A presidente Dilma Rousseff foi sabatinada ontem por jornalistas | Ichiro Guerra/ Sala de Imprensa
A presidente Dilma Rousseff foi sabatinada ontem por jornalistas| Foto: Ichiro Guerra/ Sala de Imprensa

Relações externas

Gaza é alvo de "massacre" e Cuba, de "posição fundamentalista"

Em meio à crise diplomática entre Brasil e Israel, a presidente Dilma Rousseff disse que o que está ocorrendo em Gaza é um "massacre". "O que está ocorrendo na Faixa de Gaza é uma coisa muito perigosa. Não acho que é genocídio, acho que é massacre. Não está sendo feito um genocídio, mas uma ação desproporcional [por Israel]." Dilma também criticou o que classificou de "posição fundamentalista" sobre Cuba ao ser questionada se o Brasil não financia uma ditadura ao destinar 70% dos salários dos cubanos que trabalham no Mais Médicos ao governo dos irmãos Castro. "Em Cuba, eles depositam o salário que eles recebem", disse Dilma.

Dilma se recusa a comentar se Mantega sairá

A presidente Dilma Rousseff não quis comentar sobre a possibilidade de manter ou demitir o ministro da Fazenda, Guido Mantega, num possível segundo mandato de governo. "Não é bem a hora de a gente discutir ministério", afirmou a presidente. "Definitivamente, não discuto reforma ministerial agora." Mantega é apontado pelos críticos do governo como um dos causadores da falta de credibilidade da política econômica para o mercado.

Presidente tem R$ 152 mil em dinheiro vivo

Questionada por jornalistas, a presidente Dilma Rousseff admitiu ontem que guarda dinheiro em casa. Segundo ela, esse hábito foi incorporado à sua rotina na época em que foi perseguida e presa durante a ditadura militar (1964-1985).

A declaração de bens da presidente Dilma ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deste ano mostra que ela tem R$ 152 mil em dinheiro vivo. "Uma parte disso a gente deposita ao longo do ano, em poupança", disse a presidente.

Alvo de críticas pela condução da política econômica, a presidente Dilma Rousseff (PT) atribuiu ontem a um "pessimismo inadmissível" as notícias e análises negativas a respeito da situação da economia nacional. Para ela, o que ocorre atualmente é semelhante ao que existia em relação à organização da Copa pouco antes do Mundial – que acabou ocorrendo sem incidentes graves. Dilma negou ainda que o país passe por uma crise e disse que a inflação está controlada.

A presidente ainda alfinetou o banco Santander, que se desculpou por distribuir a correntistas uma análise informando que o cenário econômico pode piorar se Dilma for reeleita. "Esse pedido de desculpa foi bastante protocolar", disse Dilma, que afirmou que pretende conversar com o banco a respeito.

Dilma disse ainda que acha "muito perigoso" especular em situações eleitorais e que é "inadmissível" qualquer interferência nesse sentido. "Sempre que especularam, não se deram bem. Acho muito perigoso especular em situações eleitorais", afirmou. Sobre o Santander, disse: "A pessoa que escreveu a mensagem [do Santander] fez isso, sim [interferir no processo eleitoral]. E é lamentável e inadmissível".

As declarações de Dilma foram feitas em sabatina realizada por jornalistas da Folha de S.Paulo, do portal UOL, do SBT e da rádio Jovem Pan. A entrevista deixou claro a estratégia da presidente de defender o que considera seu legado econômico para evitar prejuízos eleitorais.

A presidente destacou que o índice de desemprego está nas suas menores taxas históricas. Disse que o país gerou 5 milhões de empregos em seu governo "Crescemos 2,5% em 2013. Dos países do G-20, estamos entre os seis ou sete que mais cresceram", acrescentou. A presidente afirmou ainda que a inflação vai ficar no teto da meta (6,5%) neste ano, mas que não está "descontrolada".

"Não tem como me condenar por Pasadena"

Dilma Rousseff afirmou que a crise envolvendo a compra da refinaria de Pasadena (EUA) pela Petrobras, em 2006, não significou desgaste para ela. Pelo contrário, o caso teria comprovado que ela teve "uma conduta muito decente". A compra, em 2006, abriu uma crise em seu governo quando a própria presidente revelou, neste ano, que o Conselho de Administração da Petrobras aprovou o negócio com base em um parecer "tecnicamente falho". Dilma presidia o conselho à época da aprovação da aquisição.

"Eu não acho que estou sendo desgastada por Pasadena. Pelo contrário. Eu acho que Pasadena mostra que sempre tive uma conduta muito decente", afirmou Dilma, ressaltando que foi excluída pelo Tribunal de Contas da União (TCU) do processo que cobra ressarcimento do prejuízo de US$ 792 milhões. "Queria lembrar que o Conselho de Administração é um colegiado. Estavam presentes no conselho naquele momento alguns empresários e pessoas de grande experiência na área de negócios", disse. "O que aconteceu conosco? Nos não tivemos todos os dados. Tanto o TCU como o Ministério Público percebem as condições e eu fui afastada desse processo. Não tem como me condenar por Pasadena", afirmou.

"Mensalão teve dois pesos e 19 medidas"

A presidente Dilma Rousseff afirmou que houve uma grande discrepância em relação à investigação do mensalão do PT, que resultou na condenação pelo Supremo Tribunal Federal de 25 réus, e do mensalão do PSDB, cujo processo atualmente tramita na Justiça de Minas Gerais. "Nessa história da relação com o PT, tem dois pesos e umas 19 medidas. Porque o mensalão [do PT] foi investigado. Agora, o mensalão mineiro [do PSDB], não", disse Dilma. Ela insinuou que houve engavetamento no caso dos tucanos. "Quando foi o nosso caso, tomamos todas as providências. (...) Não pressionamos juiz, não falamos com procurador", afirmou a petista, sem entrar em detalhes. Questionada a explicar a que exatamente estava se referindo, Dilma se negou a dizer.

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