Para polícia, morte de prefeito foi crime passional

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Barbosa Ferraz - A polícia suspeita de que o mo­­tivo da morte do prefeito de Bar­­bosa Ferraz, Mário César Lopes de Car­­valho (PMDB), seja passional. Segundo os policiais que investigam o crime, Dioniclei Pe­­lussi de Oliveira, de 23 anos, te­­­­ria cometido o assassinato por ciúmes da namorada, que é fun­­­cio­­nária da prefeitura. Inte­­gran­­tes do Centro de Operações Po­­li­­ciais Especiais (Cope) ajudam nas investigações.

Apesar de não descartar motivação política para o assassinato, foi expedido no começo da noite de ontem o mandado de prisão temporária contra Oliveira, que está foragido. Ontem de manhã, policiais encontraram abandonado a cerca de 10 quilômetros do local onde o prefeito foi encontrado morto, um veículo Pampa, com placas de São Pedro do Ivaí, que pertencia a Oliveira.

O prefeito César Lopes foi atingido com cinco tiros por volta das 22 horas de quarta-feira, minutos após receber um telefonema e deixar o clube da cidade. Lopes seguiu pela Rodovia PR-082, que liga Barbosa Ferraz a Corumbataí do Sul. O corpo do prefeito foi encontrado por motoristas no meio da estrada, a cerca de 50 metros do veículo oficial do município – um Gol de quatro portas –, que estava estacionado no acostamento da rodovia com a porta do motorista aberta.

Ciúme

A funcionária pública e namorada do suspeito, que trabalha no setor de licitações da prefeitura de Barbosa Ferraz, prestou depoimentos na manhã e início da tarde de ontem e saiu sem falar com a imprensa.

Ela teria contado à polícia que o namorado suspeitava de que a servidora tinha um relacionamento amoroso com o prefeito. "Ela contou também que Oliveira era agressivo e foi taxativa ao dizer que acredita na possibilidade do namorado cometer um crime como esse", disse o delegado do Cope, Francisco Caricati.

A equipe que investiga o homicídio levantou outros indícios contra Oliveira. Segundo Ca­­ricati, a ligação que o prefeito re­­cebeu no Clube da Piscina teria partido do telefone do suspeito.

De acordo com o delegado, para descobrir o possível envolvimento da namorada com o prefeito, o suspeito teria se passado por ela em uma conversa pela internet. "Ela (a funcionária) nos contou que o prefeito costumava conversar com os funcionários pelo MSN. A desconfiança é que Dioniclei tenha usado a senha da funcionária para se passar por ela em conversas com o prefeito."

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De acordo com o pai da servidora, o aposentado Pedro Marques da Fonseca, a filha tinha um relacionamento complicado havia quatro anos com Oliveira. "Apesar de trabalhador e honesto, ele era extremamente ciumento. Ele chegava a ser doente por causa dos ciúmes da mi­nha filha". Segundo Fon­seca, o na­­morado da filha, que frequentava a casa da família, na quarta-feira – dia do crime – não apareceu para visitar a namorada. "Estranhei por ele ter sumido, mas como a minha filha não comentou nada, fiquei quieto."

O aposentado ficou surpreso ao reconhecer o carro de Oliveira na delegacia de Barbosa Ferraz. "Se foi ele, não sei o que aconteceu com sua cabeça. Ele sempre vinha visitar minha filha com esse carro", contou Fonseca.

Revolta

O crime revoltou os moradores de Barbosa Ferraz. "Foi uma covardia o que fizeram com o prefeito", disse o agricultor Jorge Benevides, durante o velório de César Lopes no ginásio de esportes do município. O enterro será realizado hoje pela manhã. Lopes era casado e tinha uma filha.

Com a morte do prefeito, que havia sido reeleito no ano passado, Barbosa Ferraz – com cerca de 12 mil habitantes – será administrado pelo vice-pre­feito, Arquimedes Gas­­pa­rotto (PMDB).