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Leonardo Picciani (PMDB) é um dos poucos aliados da presidente Dilma na legenda: deputados licenciados voltarão à Câmara para engrossar a lista a favor do impedimento | Marcelo Camargo/Agência Brasil
Leonardo Picciani (PMDB) é um dos poucos aliados da presidente Dilma na legenda: deputados licenciados voltarão à Câmara para engrossar a lista a favor do impedimento| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na ofensiva para aprovar o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o PMDB trará de volta três deputados licenciados para engrossar a lista a favor do impedimento. A bancada do PMDB tem 66 deputados atualmente. Nas contas dos aliados de Temer, os votos do PMDB a favor de Dilma não passarão de dez. O secretário municipal de Governo do Rio, Pedro Paulo Carvalho (RJ), o secretário estadual de Esporte, Marco Antônio Cabral (RJ) e Sérgio Zveiter (RJ), secretário municipal de Habitação, voltarão à Câmara nesta quinta-feira (14) para reassumir seus mandatos.

Pedro Paulo veio a Brasília no início da semana para combinar sua volta. Pré-candidato à sucessão do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB-RJ), o peemedebista votará a favor do impeachment, assim como Marco Antônio Cabral, filho do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB-RJ), um dos articuladores da decisão do PMDB fluminense de romper com o governo, e Zveiter.

O deputado Leonardo Picciani (RJ), líder do PMDB na Câmara e um dos ainda aliados do governo no partido, minimizou o impacto negativo para o governo da volta dos parlamentares.“Foi uma decisão deles de voltar, são os titulares e é legítimo que voltem, como voltaram na eleição da liderança. Não tem nenhum problema”, afirmou o líder.

Pedro Paulo e Cabral também reassumiram em dezembro do ano passado para ajudar Picciani a reconquistar a liderança do PMDB. Ele havia sido destituído por peemedebistas contrários ao governo, e assumiu em seu lugar, por apenas uma semana, o deputado Leonardo Quintão (MG).

Nesta quarta-feira (13), o deputado Newton Cardoso Jr. (MG), um dos principais apoiadores de Picciani na campanha pela reeleição de líder, anunciou o voto a favor do impeachment de Dilma. Cardoso Jr. disse ter resistido a “pressões ilegítimas” para ficar ao lado do governo, mas afirmou ter tomado a decisão diante “da situação que o País vive e da gravidade do Estado de Minas Gerais, terra natal da presidente, que vive esfacelamento, com contas públicas em situação deplorável”.

“Somos duros e refratários a pressões ilegítimas, estamos unidos por posição a favor do Brasil e minha posição é favorável ao impeachment da presidente tendo em vista que a situação precisa mudar. Temos unidade do partido a respeito disso e confiança no nosso vice-presidente Michel Temer para ser o condutor dessa nova realidade”, disse.

O deputado disse que as pressões ilegítimas são mensagens com ameaças e xingamentos que tem recebido. Cardoso Jr. negou ter sido procurado com oferta de cargos e outras barganhas. “Não me coloquei à disposição de qualquer tipo de oferta, estou falando de pressão de grupos ilegítimos”, declarou. O PMDB mineiro, segundo Cardoso Jr., entregará o comando da Ceasa de Minas Gerais, dominada pelo partido. Cardoso Jr. disse que, apesar de estar em minoria no PMDB, Leonardo Picciani continua a ter o respeito e a confiança do partido. “Estamos unidos a favor do líder, respeitamos a coerência que ele precisa manter neste momento, mas ele está ciente de que vamos caminhar unidos em prol do País”, afirmou.

Vice-líder do PMDB, o deputado Leonardo Quintão (MG) afirmou que a bancada mineira do partido vai pressionar o ministro Mauro Lopes a reassumir o cargo de deputado e votar a favor do impeachment. Nomeado graças a uma negociação direta do líder Picciani com Dilma, no ano passado, Lopes tem dito que voltará à Câmara para votar contra o afastamento da presidente.

“Vamos avisar ao Mauro Lopes que é inadmissível que o ministro mineiro, nosso amigo, permaneça no cargo e não venha votar favorável ao impeachment. Mauro tem nosso respeito, mas não pode fazer isso com o PMDB de Minas, com Michel Temer, de quem é amigo pessoal, e com o partido em nível nacional. Caso ele não deixe o cargo, a própria história irá mostrar a situação desses ministros que querem estar no poder. Eles não são ministros de governo, são do poder. Não podem estar no governo atual, quando haverá uma transição, porque vamos ganhar o impeachment, e permanecer no cargo logo após. Isso é incoerência, irresponsabilidade, desrespeito com o eleitor e com o PMDB”, atacou.

PTB prevê apenas 4 votos do partido contra o impeachment na Câmara

A bancada do PTB na Câmara deve anunciar nesta quarta-feira (14) posição majoritária a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Dos 19 deputados do partido, a direção da sigla prevê que apenas quatro votarão contra o impedimento da petista no domingo (17) em plenário.

Segundo a presidente do PTB, deputada Cristiane Brasil (RJ), os deputados Arnon Bezerra (CE), Adalberto Cavalcanti (PE), Paes Landim (PI) e Pedro Fernandes (MA) votarão contra o impedimento. Todos por questões locais. O partido respeitará os votos deles, ou seja, não vai puni-los.

A dirigente afirma que o número de parlamentares contrários ao afastamento de Dilma era maior, mas diminuiu nos últimos dias, após os anúncios de desembarque de partidos como o PP. Segundo ela, deputados como Zeca Cavalcanti (PE) e Jorge Côrte Real (PE) passaram a apoiar o impeachment nos últimos dias.

O anúncio do PTB será feito após reunião da bancada no fim da tarde, comandada pelo líder do partido na Casa, Jovair Arantes (GO). Aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ele foi o relator do parecer pró-impeachment aprovado na comissão especial e que será votado no domingo.

A partir desta quinta-feira (14), o PTB voltará a ser presidido pelo ex-deputado Roberto Jefferson, delator do mensalão do PT. Após ter sua pena perdoada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Jefferson voltou à vida política e disse que sua meta será convencer parlamentares a apoiar o impeachment.

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