Algumas das principais lideranças do PT no Paraná são unânimes em dizer que o julgamento do mensalão é oportunista e que o objetivo é denegrir a imagem do partido. Eles acreditam que o processo teve um tratamento "especial", em parte por causa do período em que começou o julgamento às vésperas das eleições municipais. Eles ainda alegam que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) foi "uma exceção na história do país". O esquema de compra de votos de parlamentares, deflagrado em 2005, foi a maior crise política do governo Lula.
A reportagem pediu a opinião de petistas sobre o julgamento. Foram ouvidos os deputados federais André Vargas, Doutor Rosinha e Ângelo Vanhoni, os deputados estaduais Tadeu Veneri e Enio Verri e a vice-prefeita eleita de Curitiba, Mirian Gonçalves. Os ministros Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo e o diretor-geral da Itaipu, Jorge Samek, foram procurados, mas não quiseram se pronunciar sobre o assunto.
Em nota divulgada recentemente, o diretório nacional do PT discordou das decisões tomadas pelo STF no julgamento do mensalão e afirmou que a pena imposta a alguns dos filiados é "desproporcional". Presidente do diretório estadual do PT, Enio Verri concorda com as informações contidas na nota, mas reitera que é preciso acatar as decisões da Justiça. O problema, segundo os petistas do Paraná, está na forma como foi encaminhado o processo. "[O julgamento] foi tão político que encaixaram no período eleitoral e o colocaram na frente de outros semelhantes, que estão aí há muito mais tempo e não foram julgados até agora", argumenta Dr. Rosinha.
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