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Dilma e Aécio em debate eleitoral: os dois receberam doações de envolvidas na Operação Lava Jato | Fernando Donasci/ Agência o globo
Dilma e Aécio em debate eleitoral: os dois receberam doações de envolvidas na Operação Lava Jato| Foto: Fernando Donasci/ Agência o globo

Presidenciáveis

Campanhas de Aécio e Dilma também receberam dinheiro das empreiteiras

Angieli Maros

A candidata reeleita a presidente do Brasil, Dilma Rousseff (PT), e o senador Aécio Neves, que disputou a Presidência da República pelo PSDB, também tiveram suas campanhas contempladas com verbas doadas por empresas investigadas pela Operação Lava Jato.

A presidente recebeu diretamente R$ 3 milhões da empresa Odebrecht, que também contribuiu com R$ 950 mil indiretamente, por meio da direção nacional do PT. Outros R$ 10 milhões para a campanha de Dilma vieram da construtora OAS. Ao diretório nacional do PT também foram doados R$ 3,6 milhões pela Engevix Engenharia; R$ 4,3 milhões pela Odebrecht e R$ 11,6 milhões pela Queiroz Galvão.

Tucano

Já o candidato tucano a presidente recebeu R$ 2 milhões da empresa Odebrecht e outros R$ 2 milhões da OAS, valor este que foi repassado por meio do Comitê Financeiro do PSDB. A direção nacional do partido de Aécio Neves recebeu R$ 900 mil da Camargo Corrêa; R$ 8,6 milhões da Odebrecht; e R$ 4,96 milhões da Queiroz Galvão.

A Polícia Federal (PF) investiga se parte do dinheiro destinado a pagar propina pelas nove empreiteiras investigadas na operação Lava Jato foi usada em doações legais na campanha eleitoral deste ano. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a suspeita é que a doação formal, declarada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), possa ter servido para "lavar" o dinheiro do esquema . Juntas, as empresas investigadas doaram R$ 73 milhões a 27 partidos políticos nestas eleições.

A suspeita sobre as doações eleitorais foi usada pelos procuradores da Lava Jato para pedir a prisão preventiva de dois dos principais executivos da construtora Camargo Corrêa: João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração; e Dalton dos Santos Avancini, presidente da empresa.

De acordo com o MPF, apenas a Camargo Corrêa doou R$ 44 milhões às campanhas em 2014. "Nunca é demais lembrar que a representação policial menciona que parte dessas doações pode representar pagamento de propina para agentes públicos para a obtenção de vantagem indevida, sendo as doações formais de campanha mera estratégia de lavagem de capitais", diz um trecho do documento do MPF. Na prestação de contas ao TSE, porém, não consta nenhuma doação da empresa a nenhum candidato ou partido neste ano.

Outras empresas

Em depoimento à PF, o diretor executivo da construtora Queiroz Galvão, Othon Zanoide de Moraes Filho, afirmou que mantinha contato com o doleiro Alberto Youssef e que ele era o responsável por orientá-lo sobre a forma de contribuição da empresa ao PP. "Quando vem ano eleitoral, ano de campanha, todos os partidos políticos procuram as grandes empresas atrás de doações de campanha. A gente recebe as demandas em um comitê formado pela empresa", disse Zanoide em seu depoimento.

Ele ainda informou à PF que foi procurado pelo tesoureiro do PT, João Vaccari, para que a Queiroz Galvão realizasse doações de campanha ao partido. "As doações políticas foram feitas pela Construtora Queiroz Galvão até janeiro de 2011, período em que trabalhei nessa empresa", afirmou.

O presidente da empresa, Ildefonso Colares Filho, também falou em depoimento sobre as doações de campanha. "A gente fazia contribuições dentro dos parâmetros da lei. Como nós trabalhávamos em várias regiões do país, as regiões demandam pedidos regionais. Eu reunia a diretoria para análise desses pedidos, para análise e decisão dos pedidos de quanto e a que partido contribuir", disse o presidente da construtora.

Ele também admitiu que a Queiroz Galvão realizou doações de campanha ao PP, PT e PMDB. "A gente dava para aqueles partidos que mais se caracterizam com as características da empresa, ligados ao crescimento da infraestrutura. Me recordo de doações para o PT, PMDB, PP e mais alguns", disse o presidente da construtora.

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