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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) divulgou nota nesta sexta-feira (27) em que informa que a operação deflagrada pela Polícia Federal nesta manhã, em Brasília, é destinada "a coletar provas sobre suposta distribuição de recursos ilegais à base aliada do governo do Distrito Federal (GDF)". Agentes da PF cumprem mandados de busca e apreensão, expedidos pelo ministro do STJ Fernando Gonçalves, contra 16 pessoas físicas e jurídicas.

O ministro colocou nesta tarde fim ao segredo de Justiça que existia no inquérito que investiga as supostas irregularidades cometidas por pessoas ligadas ao GDF. Durante a operação, batizada de Caixa de Pandora, agentes da PF apreenderam documentos e computadores em gabinetes e casas de deputados distritais e secretários do primeiro escalão do GDF. Os policiais também cumpriram mandados na residência oficial do governador do DF, José Roberto Arruda (DEM), em Águas Claras.

Os agentes da PF também estiveram na sede do governo, na cidade de Taguatinga, onde fizeram apreensões de documentos em gabinetes de assessores. Arruda convocou uma reunião de emergência e está reunido nesta tarde com os secretários de governo na residência oficial para discutir o assunto. Além das buscas em 21 locais de Brasília, a PF realiza operações em um imóvel em Goiânia e em dois em Belo Horizonte. As operações são acompanhadas por representantes do Ministério Público Federal.

As investigações sobre o suposto repasse de recursos surgiram a partir da colaboração de um secretário de Estado do Distrito Federal, "que aceitou que fossem instalados em suas roupas equipamentos de escuta ambiental".

O "colaborador" citado na nota, conforme o inquérito a que o site G1 teve acesso, é o secretário de Relações Institucionais do DF, Durval Barbosa, ex-delegado da Polícia Civil. Ele teria concordado em revelar um suposto esquema de corrupção em troca de delação premiada. Durval teria gravado um encontro com o governador Arruda, mas o teor das conversas não foi revelado.

"Na consecução dos objetivos visados por esta diligência a autoridade policial noticia haver o colaborador (Durval Barbosa Rodrigues) repassado ao DPF [Departamento de Polícia Federal], para fins de registro, a soma de R$ 400 mil, valor que a ele (Durval) retornará para seguir destino apontado por Arruda: entrega a Maciel [José Geraldo, chefe da Casa Civil do GDF], para pagamento da ‘base aliada’. Ou seja, o dinheiro será dissipado em diversos pagamentos menores a pessoas ainda não identificadas", destaca trecho do inquérito do STJ.

Além dos R$ 400 mil, outros R$ 200 mil seriam repassados a aliados, segundo o inquérito. O dinheiro era transferido por meio de pelo menos quatro empresas que prestam serviços ao GDF. Uma das empresas teria repassado R$ 34 mil a um secretário depois de ter um crédito a receber de R$ 34 milhões reconhecido pelo governo.

Escuta

De acordo com o inquérito, o STJ havia autorizado a captação e a interceptação ambiental de sinais eletromagnéticos, óticos e acústicos, e seu registro e análise. Os equipamentos, segundo os autos, foram instalados nas vestimentas do colaborador, que teve um encontro com o governador Arruda no dia 21 de outubro.

"Em função disso, foi aberta a ele a participação em programa de proteção de testemunhas da Polícia Federal. Concluída a operação, o relator levantou o segredo de Justiça imposto ao inquérito", destaca a nota do STJ.

Um pouco antes da queda do segredo de Justiça, a assessoria do governador do Distrito Federal disse que o governo vai colaborar com as investigações da Polícia Federal, embora não tivesse sido informado oficialmente sobre os objetivos da operação.

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