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Pecuarista José Carlos Bumlai: empréstimo de R$ 12 milhões para o PT. | Valter Campanato/Agência Brasil
Pecuarista José Carlos Bumlai: empréstimo de R$ 12 milhões para o PT.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A Polícia Federal pediu um laudo pericial contábil para identificar pagamentos feitos pela Petrobras para o Grupo Schahin, um dos alvos da Operação Lava Jato . Os donos da empresa, em processo de falência, confessaram ter dado um empréstimo de R$ 12 milhões, em 2004, para o PT por intermédio do pecuarista José Carlos Bumlai – amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A perícia terá que fornecer ainda dados sobre transações financeiras do Grupo com agentes públicos, partidos políticos ou pessoas e firmas ligadas a eles, eventuais pagamentos para operadores de propina alvos a Lava Jato, contratações de consultorias ou prestações de serviços e movimentações financeiras com empresas offshore.

O pedido foi feito no dia 4 ao Setor Técnico Científico da PF pela delegada Renata da Silva Rodrigues, da equipe da Lava Jato. A análise deve abranger o período de 2004 a 2014. A devassa tomará como base documentos contábeis arrecadados nas buscas e apreensões da Lava Jato, bem como quebras de sigilos fiscal e bancário fornecidos pela Receita Federal.

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A Schahin foi contratada de forma irregular para operação do navio-sonda Vitoria 10000, em 2009. O contrato teria sido dirigido para a empresa, como compensação pelo empréstimo concedido ao PT em 2004, nunca pago por Bumlai. Ele foi preso em Brasília na Operação Passe-Livre, desdobramento da Lava Jato, em 24 de novembro.

A PF tomou três vezes o seu depoimento. No terceiro os investigadores abordaram exclusivamente detalhes sobre o ex-presidente Lula. A PF suspeita que o amigo de Lula teria atuado decisivamente no direcionamento e pagamento de propinas na contratação do Vitória 10000, junto com o lobista e operador financeiro Fernando Soares, o Fernando Baiano.

“Com base nos dados disponíveis, sobretudo contábeis e financeiros, há pagamentos feitos a partir de empresas do Grupo Schahin e consórcios dos quais tenham participado em favor de empresas ou operadores apontados na Operação Lava Jato como tendo promovido a transferência dissimulada de recursos e/ou lavagem de capitais?”, questiona a delegada Renata Rodrigues, aos peritos.

Defesas

Consultada por e-mail, a Petrobras enviou nota de Esclarecimento que divulgou no último dia 30 de novembro. O texto diz que “foi realizada, no primeiro semestre de 2015, uma auditoria interna com o objetivo de avaliar os procedimentos de controle aplicados na contratação dos navios-sondas Petrobras 10000, Vitoria 10000, Pride/Ensco DS-5 e Titanium Explorer. Essa auditoria emitiu relatório com recomendações no sentido de recuperar valores indevidamente pagos e renegociar ou encerrar esses contratos”, diz o texto.

“O relatório de auditoria foi entregue ao Ministério Público Federal (MPF), aos cuidados da Força Tarefa da Operação Lava-Jato, imediatamente após sua conclusão. Este documento serviu de elemento de prova para a sentença condenatória na ação penal que trata de irregularidades na contratação das sondas Petrobras-10000 e Vitória-10000”, continua a nota.

“A Petrobras já iniciou a adoção das medidas para cumprimento do que foi recomendado pela auditoria, incluindo a atuação da companhia como Assistente de Acusação do Ministério Público na referida ação penal. Por sentença, já foi fixado o valor de R$ 54,5 milhões como montante mínimo a ser ressarcido à Petrobras”, finaliza.

Consultado pela reportagem, o Grupo Schahin não se manifestou.

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