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"Xeque-Mate" acirra disputa entre governo e oposição

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou nesta terça-feira que o mandado de busca e apreensão na casa de um irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Operação Xeque-Mate, da Polícia Federal, alimentará o embate entre oposição e governo.Leia reportagem completa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou um pedido de seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, que queria ajudar uma empresa de máquinas de terraplanagem segundo relatório do inquérito da Polícia Federal sobre a Operação Xeque-Mate concluído nesta quarta-feira e enviado à Justiça Federal, ao qual o jornal "O Globo" teve acesso.

Segundo a reportagem, "documentos apreendidos na casa de Vavá indicam ainda que o irmão do presidente recebia pedidos e pessoas com interesses financeiros junto ao governo". Entre os papéis apreendidos, há um envelope com um pleito de ex-acionistas de um banco que seria encaminhado a Lula. Vavá nega no depoimento que pretendia encaminhar o envelope ao presidente.

Mercadante seria alvo de outro pedido

Em outra reportagem, o jornal "O Globo" diz que um outro documento apreendido na casa de Vavá é um pedido de intermediação num negócio de R$ 13,7 milhões. O pedido é da Distribuidora Rezende S/A Comércio e Indústria — que teria uma dívida a receber da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) — e deveria ser encaminhado ao senador Aloizio Mercadante (PT-SP). A informação sobre o pedido de lobby derruba a versão dada pelo filho de Vavá, Edison Ignácio da Silva, no dia da apreensão. Na época, ele disse se tratar de um pedido de emprego. Mercadante, que não chegou a receber a carta, negou qualquer contato com Vavá.Vavá faz lobby no próprio órgão que o investiga

Nas gravações feitas pela PF, Vavá aparece fazendo lobby no próprio órgão que o investiga. Em um diálogo com um investigador da Polícia Civil aposentado, identificado como Gildo de Mauá, às 7h51m de 31 de maio, Vavá diz que tinha acesso ao ministro da Justiça, Tarso Genro. Gildo, que dizia conhecer Vavá dos tempos da ativa, tem um filho que é policial federal lotado em São Borja (RS). Ele queria ajuda do irmão do presidente para transferi-lo para um posto mais próximo de São Paulo. Vavá prometeu ajuda: "Vamos sentar com o secretário da Justiça, quer dizer, com o ministro da Justiça". Tarso disse nunca ter se encontrado com Vavá e o Ministério da Justiça não tem registro da passagem do irmão de Lula pelo local.

Nilton Servo diz ter dado dinheiro a Vavá

Em novo trecho de escuta feita pela Polícia Federal na Operação Xeque-Mate, o empresário de bingo Nilton Cezar Servo fala com um desconhecido sobre usar Vavá em tentativa de lobby, em favor de uma construtora, segundo os policiais.

Nilton Servo: Dá uns cinco mil pra ele começar a andar, até pra ele acreditar também no negócio.

Nilton Servo: Pegar o Vavá pra ser usado, Vavá é uma pessoa pra ser usada, nisso aqui

Nilton Servo: Não é soltar o Vavá! tem um lugar pra ele em Brasília ou no Rio de Janeiro, lá não sei aonde, Ô Vavá, vamo lá!

Nilton Servo: É saber usar o Vavá, que até agora ele não teve sucesso porque ele não sabe. Eu acho que cinco mil... Cinco mil é, certo...

Desconhecido: É cachaça, num negócio desse é cachaça...

Nilton Servo: Eu, de picado em picado, arrumei pro Vavá uns 14, 15 paus, entendeu?

Compadre de Lula deixa a prisão em Campo Grande

A Justiça Federal em Campo Grande autorizou nesta quarta-feira a liberação de 58 presos na Operação Xeque-Mate, entre eles Dario Morelli Filho, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde o dia 4 no presídio federal de Campo Grande. Com Morelli, solto por volta das 20h, foram libertados também Jamil Name Filho, sobrinho do presidente da Assembléia Legislativa do estado, Jerson Domingos, e os filhos de Nilton Cezar Servo, tido pela polícia como chefe da máfia dos caça-níqueis. Outras 26 pessoas que tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça continuarão no presídio. Dois foragidos também tiveram a prisão temporária (válida por cinco dias) transformada em preventiva.

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