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| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção. A PF também indiciou o empreiteiro Marcelo Odebrecht e Taiguara Rodrigues, sobrinho de Lula, estes dois por corrupção e lavagem de dinheiro. O ex-presidente teria beneficiado o sobrinho por meio da Odebrecht em contratos em Angola. O indiciamento de Lula ocorre quinze dias depois de ele se tornar réu na Lava Jato.

Segundo a PF, Lula teria beneficiado o sobrinho por meio da empreiteira em contratos em Angola, na África. A empresa de Taiguara Rodrigues, a Exergia, fechou um contrato de prestação de serviços para a Odebrecht naquele ano no valor de R$ 3,5 milhões - contrato esse que agora está agora na mira dos investigadores. Os serviços valiam para a obra de ampliação e modernização da hidrelétrica de Cambambe, no país africano.

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Taiguara é filho de Jacinto Ribeiro dos Santos, o Lambari, amigo de Lula na juventude e irmão da primeira mulher do ex-presidente, já falecida. Morador de Santos, no litoral paulista, ele atuava no ramo de fechamento de varandas e viajou para Angola para começar seus negócios naquele país em 2007.

Alvo de mandado de condução coercitiva da Operação Janus, da Polícia Federal, em 20 de maio deste ano, o empresário Taiguara Rodrigues dos Santos já atuou em obras de empreiteiras financiadas pelo BNDES no exterior na esteira da política de aproximação com países africanos durante os dois mandatos de Lula (2003-2010).

O acerto entre a Odebrecht e a Exergia foi formalizado no mesmo ano em que a empreiteira conseguiu no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) um financiamento para realizar esse projeto na África. O episódio levou o Ministério Público a abrir inquérito para investigar a suspeita de tráfico de influência de Lula em benefício da empreiteira.

Lula já prestou depoimento sobre o caso. Segundo as investigações da Polícia Federal, a obra recebeu um aporte de US$ 464 milhões do banco público.

Em depoimento à CPI do BNDES no ano passado, o empresário admitiu os contratos com a empreiteira. Na ocasião, ele falou por quatro horas à comissão, e disse que o valor é referente a serviços de sondagem, avaliação da topografia e gerenciamento de obras prestados pela empresa. Segundo Taiguara, todos os contratos foram obtidos por meio de licitações dentro da empreiteira.

Lula réu

No final de setembro, o juiz federal Sergio Moro aceitou, no âmbito da Operação Lava Jato, denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente. O petista responde, neste processo, por suspeita de corrupção em contratos da empreiteira OAS com a Petrobras, com propinas que somaram R$ 3,7 milhões.

Em julho, o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, aceitou outra denúncia apresentada pelo MPF contra Lula e o ex-senador Delcídio do Amaral. Eles são acusados de tentar obstruir a Justiça comprando o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

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