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Falta ainda a conversa oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), mas o acerto entre o PT, o PMDB e o Palácio do Planalto está feito. Sarney deve permanecer no cargo. Ao final de um dia marcado por protestos de petistas que se viam forçados a apoiar o peemedebista, o que prevaleceu foi a "ordem unida" disparada pelo Planalto, que priorizou as negociações com o PMDB em torno de uma aliança para a disputa presidencial de 2010. Responsável pela pacificação do partido, Lula se reuniu na quinta-feira (2) com os senadores do PT, no Palácio da Alvorada.

Sarney vive um momento delicado - o PSDB encaminhou denúncia ao Conselho de Ética da Casa, o PSOL protocolou representação na Mesa Diretora e o DEM, um de seus principais aliados, cobra seu afastamento. O motivo é uma série de irregularidades que começou a vir à tona em 10 de junho, quando o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o Senado utilizava atos secretos para criar cargos e nomear parentes de políticos, alguns do próprio Sarney. Um mordomo de sua filha, a governadora Roseana Sarney (PMDB-MA), era pago pelo Senado e José Adriano Cordeiro Sarney, seu neto, opera crédito consignado na Casa.

Na quinta-feira, da tribuna do Senado, o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), deixou claro que, entre a licença de Sarney e a governabilidade, fica com a segunda opção. O encontro com Lula foi adiado para hoje por iniciativa do próprio presidente, em conversa telefônica com Sarney na manhã de ontem. Assim como dissera aos petistas que o visitaram na véspera, o senador afirmou a Lula que só ficaria no cargo se tivesse o PT a seu lado.

Afastamento temporário

A senadora do PT Marina Silva (AC) afirmou que o sentimento da bancada do partido no Senado é pelo afastamento temporário de Sarney. "O que o presidente falou sobre isso será comunicado a vocês pelo líder Mercadante", afirmou a ex-ministra do Meio Ambiente, se referindo à entrevista que o líder da legenda no Senado, Aloizio Mercadante (SP), dará nesta sexta pela manhã sobre o jantar de Lula com a bancada. Marina, Eduardo Suplicy (SP) e Tião Viana (PT-AC) deixaram o Palácio da Alvorada no mesmo carro e foram os únicos senadores a parar para falar com a imprensa.

O encontro com Lula começou às 9 horas e terminou às 12h45. A reunião contou com a presença da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do chefe de gabinete do presidente, Gilberto Carvalho, além dos senadores petistas - apenas Flávio Arns (PR) não estava presente. Na saída, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) informou que o presidente se reunirá hoje com Sarney. Suplicy contou ainda que, no encontro, cada um dos 11 parlamentares expôs sua opinião. "Houve oportunidade para todos os senadores falarem. Todos os 11 senadores falaram de maneira sincera e completa o nosso sentimento e o presidente ouviu com muita atenção", afirmou Suplicy. "O presidente ouviu todos", disse Marina.

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