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O Rio de Janeiro tornou-se nesta sexta(27) a primeira cidade do Brasil a estabelecer uma meta para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. A Política Municipal de Mudanças Climáticas lançada pelo prefeito Eduardo Paes pretende reduzir em 8% a emissão de gases poluentes até o ano de 2012 e estabelecer ainda um novo indicativo de 16% para 2016 e outro de 20% para 2020.

Segundo o prefeito, os maiores vilões da cidade são os lixões que emitem metano e as emissões de gás carbônico dos veículos e que, por isso, serão os dois setores que receberão mais investimentos da prefeitura.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participou do lançamento do programa intitulado Rio Sustentável e elogiou a iniciativa da prefeitura. Ele acredita, entretanto, que o cidadão comum também deva fazer a sua parte.

Quando o cidadão regula o motor do carro está evitando três buracos: no clima, no pulmão e no bolso, pois o carro desregulado gasta muito mais. Quando o cidadão separa o lixo seco do orgânico, além de criar emprego e renda para os catadores, permite o reaproveitamento da energia dos materiais reciclados. Hoje, no Rio, apenas 4% das famílias separam o lixo em casa. A questão climática é uma questão dos governos, das indústrias e da sociedade e das famílias, disse Minc.

Foram assinados seis decretos e foi firmado um contrato com o Instituto de Pesquisa e Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe) para a realização de um novo inventário de emissões, já que o último teve como base o ano de 1998. Na ocasião também foi assinado um protocolo de intenções com Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Fundação Brasileira de Desenvolvimento Sustentável (FBDS) e a organização não governamental (ONG) Rio Como Vamos para estabelecer uma estratégia integrada de obtenção de metas.

A Política Municipal de Mudanças Climáticas do Rio será apresentada pela prefeitura em Copenhague, na Dinamarca, durante a Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-15), que será realizada de 7 a 18 de dezembro.

Para o presidente da ONG Institute for Transportation and Development Policy (ITDP), Henrique Peñalosa, que está dando apoio prefeitura na área de transportes públicos, as soluções para o Rio são as ciclovias e os corredores de ônibus, como o sistema Bus Rapid Transit (BRT), existente em Curitiba.

A metade dos habitantes do Rio vive a cerca de 5 quilômetros do trabalho. É perfeitamente viável que 15% da população carioca utilize bicicletas, o que já faz muita diferença para o meio ambiente. Além disso, o único meio de transporte de massa possível no Rio é o sistema BRT, que funciona como metrô de superfície, porém é muito mais barato que o metrô, tanto na construção quanto na manutenção.

Peñalosa alertou, no entanto, que será necessário grande investimento em consultoria para organizar o sistema BRT, pois os desenhos arquitetônicos são muito complexos.

A maioria dos BRTs que são feitos no mundo são mal feitos. O Rio não pode falhar, pois se as primeiras linhas forem mal feitas e fracassarem, a população não vai querer novas linhas.

Henrique Peñalosa foi prefeito de Bogotá, entre 1998 e 2000, e em sua gestão implantou o sistema de ciclovias e de corredores exclusivos de ônibus, conhecido como Transmilênio, que tornaram a capital colombiana exemplo de sucesso em mobilidade sustentável.

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