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O ex-deputado do Partido dos Trabalhadores, André Vargas, foi preso nesta sexta (10) | Albari Rosa/Gazeta do Povo
O ex-deputado do Partido dos Trabalhadores, André Vargas, foi preso nesta sexta (10)| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O ex-deputado federal André Vargas (ex-PT) e o irmão dele, Leon Vargas, chegaram na tarde desta sexta-feira (10), à sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Eles foram presos pela manhã, em Londrina, no Nordeste do estado, e vão ficar na sede da PF na capital paranaense.

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Moro: ‘Mesmo cassado, Vargas tem chance de reproduzir esquema criminoso em órgãos públicos’

Ao justificar a prisão do ex-deputado André Vargas, o juiz Sérgio Moro diz que “há concreto risco de que ele ainda mantenha, mesmo com o mandato cassado, influência em órgãos governamentais ou em entidades públicas, com chance de reproduzir esquemas criminosos”.

“Os valores milionários desviados - só em um deles de R$ 2.399.511,60 - não foram recuperados, estando expostos a novos esquemas de lavagem de dinheiro, tornando mais remota a possibilidade de recuperação do produto do crime”, diz o juiz, que acrescenta: “A prisão preventiva de Vargas justifica-se para proteger a sociedade brasileira de qualquer risco de reprodução de esquemas criminosos e de novas condutas de lavagem de dinheiro”.

Em uma Land Rover, que foi de um delator da Lava Jato, e sem alarde, o ex-deputado chegou escoltado por policiais federais. A assessoria de imprensa da PF não confirma se serão tomados depoimentos ainda nesta sexta-feira.

PF prende três ex-deputados em nova etapa da Lava Jato

Além do ex-deputado André Vargas (sem partido), o ex-deputado Luiz Argôlo (SD-BA) e o ex-parlamentar já condenado e atualmente cumprindo pena no mensalão, Pedro Corrêa (PP-PE) também foram presos nesta sexta-feira, 10, em Londrina (PR), na nova etapa da operação Lava Jato denominada “A Origem”, deflagrada nesta manhã.

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‘A Origem’

Além de Vargas, foram presos os ex-deputados Luiz Argôlo (SD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE), a secretária de Argôlo, Elia Santos, Ivan Mernon da Silva Torres, Leon Vargas (irmão de André Vargas) e Ricardo Hoffman, diretor de uma agência de publicidade. Condenado no mensalão, Pedro Corrêa cumpria pena no regime semi-aberto. Argôlo e Corrêa haviam recebido dinheiro de Alberto Youssef.

Além das prisões, também foi decretado o sequestro de um imóvel de alto padrão em Londrina, no Norte do Paraná. A investigação aponta que Vargas haveria adquirido um imóvel, em nome da esposa, sem que houvesse condição financeira para tal compra.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso autorizou, na tarde desta sexta-feira (10), a transferência do ex-deputado Pedro Correa (PP) para a carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Correa, condenado por envolvimento no caso mensalão, estava cumprindo pena no regime semiaberto no interior de Pernambuco.

Segundo investigação da Polícia Federal, Correa recebia uma espécie de “mesada” do doleiro Alberto Youssef mesmo após ter tido o mandato cassado na Câmara dos Deputados em 2012.

Ainda não há expectativa da chegada do ex-deputado na sede da PF. O pedido de transferência partiu do juiz Sergio Moro, da Justiça Federal de Curitiba diante da nova ordem de prisão.

Esta fase da investigação foi nomeada “A Origem”. A escolha da expressão é porque faz referência às investigações dos ex-parlamentares, cujo envolvimento com o esquema do doleiro Alberto Youssef foi descoberto nas primeiras etapas da operação, no ano passado. O doleiro é o ponto central dos esquemas, “onde tudo começou”.

Lava Jato

Nesta fase, cerca de 80 agentes cumprem 32 mandados judiciais. São sete mandados de prisão, sendo três prisões preventivas (Vargas, Argolo e Corrêa) e quatro mandados de prisão temporária. Também aconteceu a execução de nove mandados de condução coercitiva e 16 mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.

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Nesta etapa, estão sendo investigados os crimes de organização criminosa, formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva, fraude em licitações, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e tráfico de influência envolvendo três grupos dos ex-deputados.

Os presos serão trazidos para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba/PR onde permanecerão à disposição da Justiça Federal. Como perderam a prerrogativa de foro, o caso dos ex-parlamentares está sendo investigado pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações.

Defesa

O advogado do ex-deputado André Vargas (ex-PT), João Gomes Filho, afirmou que deve entrar com um pedido de habeas corpus para tentar liberar o seu cliente, preso nesta sexta-feira (10). O advogado disse ainda que, assim como o ex-parlamentar, foi pego de surpresa com a ordem de prisão e ainda deve estudar o processo antes de fazer qualquer declaração. “Preciso ver os motivos [da prisão], mas, sem nenhuma crítica, não vejo necessidade de prender alguém um ano depois do início da operação, mas respeito quem pensa assim”, declarou na saída da carceragem da PF.

A Polícia Federal confirmou que neste sábado, as 7 horas, os seis novos presos da operação Lava Jato farão exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal em Curitiba.

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