Pressão

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A Comissão de Constituição e Justiça do Senado discutiu e adiou ontem a votação do recurso apresentado pelo PT para que o senador Flávio Arns (PSDB-PR) seja destituído da presidência da Comissão de Educação, por ter deixado o partido e ingressado no PSDB. O parecer do relator e presidente da CCJ, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), favorece o PT, porque se baseia na proporcionalidade. Os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Alvaro Dias (PSDB-PR) pediram a retirada da matéria. Eles argumentam que, em consideração ao momento delicado de Arns – por causa da morte da fundadora da Pastoral da Criança e tia do senador, Zilda Arns –, ele deve tomar a iniciativa de se afastar para não passar pelo constrangimento de ser destituído. O líder do PT, senador Aloizio Mer­­cadante (PT-SP), também pediu que Arns deixe a comissão sem que a matéria tenha de ser votada e ele seja destituído à força.

Número

60 requerimentos foram aprovados ontem pela CPI ado MST. Os requerimentos dão início às investigações, mas excluem temas polêmicos que prometem provocar o embate entre governo e oposição. DEM e PSDB concordaram em deixar para depois do carnaval a análise dos pedidos de quebra de sigilo de entidades ligadas ao MST que teriam supostamente recebido recursos do governo federal.

Consolação

Nos corredores do Congresso corre a informação que o senador Alvaro Dias, caso não seja o escolhido como o candidato do PSDB ao governo do estado, ele receberia a liderança do partido no Senado e a coordenação da campanha do governador paulista, José Serra, à Presidência da República na Região Sul.

Emendou

Os deputados estaduais começam hoje um minirrecesso de 11 dias por causa do carnaval. A sessão de ontem já tinha ares de véspera de feriadão prolongado. Na pauta, nenhum projeto polêmico e plenário esvaziado. Foram aprovados 10 projetos, entre eles declarações de utilidade pública, criação de datas e cidadão honorário. As sessões só serão retomadas no dia 22.

Buzinaço

Uma manifestação contra o governador Arruda provocou ontem um grande engarrafamento na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Cerca de 300 pessoas saíram do Palácio do Buriti – sede do governo do Distrito Federal – em direção à Praça dos Três Poderes gritando palavras de ordem e pedindo o afastamento do governador. Os manifestantes ganharam adesão dos motoristas que estavam deixando o trabalho e promoveram um buzinaço.

Batendo forte

O novo ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto (foto), afirmou ontem que eventuais críticas à atuação da Polícia Federal não vão impedir nem frear o trabalho do órgão. A declaração veio um dia após o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, declarar que a corte barrou o "Estado policial" e o "quadro de terror" no país, quando "a polícia dizia o que o juiz e o promotor deviam fazer". Ex-secretário executivo da pasta, Barreto substituiu ontem Tarso Genro, que deixou a pasta para disputar o governo gaúcho pelo PT.

Escuta

A Policia Civil decidiu fazer uma varredura na Câmara Legislativa do Distrito Federal para identificar possíveis equipamentos de escuta ilegal instalados em gabinetes de deputados da oposição ao governador José Roberto Arruda. O prédio foi esvaziado no início da noite de ontem, mas, segundo o presidente da Câmara, Wilson Lima (PR), o funcionamento da Casa será normal a partir de amanhã.

Pinga-fogo

"Já me perguntaram, inclusive, se o Alvaro não está trabalhando em benefício do Osmar, ao ficar adiando a decisão do PSDB. Mas não quero acreditar nisso."

Do deputado tucano Francisco Buhrer, ao comentar a insistência do senador Alvaro Dias em não abrir mão de disputar a eleição ao governo do estado em favor do prefeito Beto Richa.