• Carregando...

A pobreza e a miséria no Brasil são decorrentes não da falta de ações do Estado, mas do excesso delas, avalia o filósofo e professor Carlos Ramalhete. Para ele, o Estado impede a economia de funcionar ao criar legislações complexas e impostos altos que impedem a formalização da imensa maioria dos negócios. Quem tenta abrir um negócio esbarra na quase impossibilidade de registrá-lo. Há, ainda, o alto custo trabalhista. ?O resultado é uma centralização dos lucros em poucas empresas, grandes o suficiente para conseguir lidar com a burocracia e os impostos, compensados pelo ganho de escala. É o modelo fascista, em que é preferível haver uma ou duas redes de supermercados atreladas ao Estado e dele dependentes do que dezenas de milhares de pequenos armazéns?, diz Ramalhete. O problema, segundo ele, se agrava quando a isso se soma uma tentativa do Estado de erradicar a pobreza com a distribuição de dinheiro público.

Ramalhete observa que uma bolsa de R$ 100 dificilmente custará à sociedade menos de R$ 500, contando a burocracia de que ela depende, os empregos que deixarão de ser criados e os impostos que a manterão. ?Quanto maior a distribuição de bolsas, menor o crescimento econômico e menor a possibilidade de o beneficiário parar de depender dessas bolsas. Além disso, pondera o filósofo, é praticamente certo que essas bolsas se tornem moeda de troca eleitoral dos caciques políticos locais. Para ele, uma forma mais inteligente de atingir o mesmo objetivo seria o incentivo à interiorização da indústria por meio de incentivos fiscais e flexibilização da legislação trabalhista, fazendo com que surjam empregos e se revitalize a economia nos bolsões de pobreza e miséria, a partir da ação livre das instâncias locais.

Problema está na ação do Estado

+ VÍDEOS

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]