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São Paulo - A Procuradoria da República de São Paulo denunciou ontem à Justiça o sócio-fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas, e outras 13 pessoas ligadas a ele. Os 14 denunciados foram formalmente acusados pelos crimes de formação de quadrilha, gestão fraudulenta, gestão temerária, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. O procurador Rodrigo de Grandis acusa ainda o grupo de ter financiado, quando o Opportunity controlava a Brasil Telecom (BrT), o "valerioduto", suposto esquema montado em 2006 pelo empresário Marcos Valério de Souza para pagamento de propina a congressistas.

Amanhã completa um ano que Dantas foi preso pela primeira vez pela Polícia Federal (PF), durante as investigações da Operação Satiagraha. A denúncia de ontem é um desdobramento dessa operação.

A procuradoria também solicitou a abertura de três novos inquéritos policiais pela Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros, da PF, para investigar fatos relacionados à Satiagraha. Rodrigo De Grandis, em manifestação anexa à denúncia, pede que seja aprofundada a participação do ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT) e de Carlos Rodenburg, que comanda o braço agropecuário do grupo Opportunity. Rodenburg já foi indiciado pela PF por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha e Greenhalgh por formação de quadrilha. Mas nenhum dos dois foi denunciado ontem.

De Grandis pediu também a instauração de inquérito para investigar o suposto crime de evasão de divisas cometido pelos cotistas brasileiros do Opportunity Fund, com sede nas Ilhas Cayman, no Caribe. A procuradoria solicitou ainda a instauração de um inquérito para apurar se houve prática de crime financeiro na operação em que a empresa de telefonia Oi adquiriu o controle acionário da BrT, em janeiro de 2008. O grupo Opportunity controlou a Brasil Telecom até setembro de 2005.

Mais denunciados

Foram denunciados, além de Daniel Dantas, Verônica Valente Dantas, sócia e irmã do banqueiro; Dório Fernan, presidente do Banco Opportunity; Itamar Benigno Filho, diretor do banco; Danielle Silbergleid Ninnio, ex-assessora jurídica da BrT; Norberto Aguiar Tomaz, diretor do banco; Eduardo Penido Monteiro, diretor do banco; Rodrigo Bhering Andrade, diretor de empresas ligadas ao grupo; Maria Amália Delfim de Melo Coltrin, conselheira de empresas do grupo; Humberto José Rocha Braz, ex-diretor da BrT e consultor do Grupo Opportunity; Carla Cicco, ex-presidente da BrT, Guilherme Henrique Sodré Martins, lobista do Opportunity; Roberto Figueiredo do Amaral, lobista do Opportunity; e Willian Yu, consultor financeiro.

Outro lado

Em nota, o advogado do Opportunity, Andrei Zenkner Schmidt, negou que haja irregularidades na gestão do grupo. Criticou ainda a Operação Satiagraha, que classificou de "fraude". Disse que a denúncia foi feita com base em buscas, apreensões e prisões ilegais. A nota ainda afirma que "não há qualquer envolvimento do Opportunity com o mensalão".

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