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Paraná

Professores e servidores da UEL farão manifestação contra "medidas amargas" de Richa

Acesso ao campus da universidade será fechado na próxima segunda-feira. No mesmo dia, assembleias das duas categorias vão discutir a possibilidade de greve

Cerca de 100 professores participaram de assembleia nesta quinta-feira (5) | Emerson Dias / Divulgação
Cerca de 100 professores participaram de assembleia nesta quinta-feira (5) (Foto: Emerson Dias / Divulgação)

Os servidores da Universidade Estadual de Londrina (UEL) estão programando uma manifestação contra as mais recentes medidas anunciadas pelo governador Beto Richa (PSDB). Na próxima segunda-feira (9), os acessos ao campus serão bloqueados pelos servidores. A possibilidade de greve a partir do próximo dia 10 será votada em assembleia da Assuel prevista para esta sexta-feira (6).

Governo corta adicionais e limita licença de professores

Outros poderes ajudaram a pagar salários; folha deste mês está sob risco

Richa apresentou 13 pontos divididos em dois projetos de lei que deverão ser votados a toque de caixa pelos deputados para aumentar a receita e diminuir os gastos do estado. As medidas de corte de gastos afetam os servidores estaduais e principalmente os professores da rede pública. Para os servidores em geral, há um corte nas gratificações por tempo de serviço. Hoje, a cada cinco anos de trabalho o funcionário tem seu salário aumentado em 5%.

No caso dos professores, há mais novidades: eles perdem o auxílio-transporte durante as férias ou afastamento, e mudam as regras para a retirada de licença. A proposta também inclui devolver 12 mil professores que estão em funções administrativas às salas de aula.

Em entrevista por telefone ao JL, o presidente da Assuel, Marcelo Seabra, confirmou que as medidas tiveram uma repercussão negativa entre os servidores. Segundo ele, a proposta que gerou mais indignação é a perda de autonomia da administração da UEL sobre a própria folha de pagamento.

"É a inclusão da UEL no programa chamado Meta-4, que tira completamente a autonomia da administração, que nos assusta. Com isso, a universidade deixa de controlar a folha de pagamento e fica à mercê do que o governo acha certo. Nosso adicional por tempo de serviço, por exemplo, já está em vias de ser cortado sem qualquer justificativa", disse Seabra.

Outro ponto criticado pelo sindicato é a redução dos valores passíveis de serem recebidos em dinheiro nas ações judiciais movidas contra o estado. De acordo com Seabra, atualmente as ações que resultam em indenizações de até 40 salários mínimos são quitadas em dinheiro, em até 60 dias. Acima deste valor, os processos são pagos em títulos precatórios, que costumam ser quitados em aproximadamente 15 anos.

"Agora, com essa medida, o governo quer pagar com precatórios as ações acima de R$ 12 mil. É um absurdo, porque muitas vezes os servidores tem seus direitos cerceados e quando a Justiça entende que esses têm direito garantido, o estado ainda posterga esses pagamentos. Sabemos de casos pagos com precatórios que demoram tanto a serem quitados que é normal a família receber porque o servidor já faleceu", comentou.

Professores

Em assembleia, também realizada na manhã desta quinta-feira (5), os professores da UEL decidiram aderir à paralisação programada pela Assuel. A secretária do sindicato dos professores (Sindiprol), Sílvia Alapanian, confirmou que um novo encontro dos docentes foi marcado para a segunda-feira (9), dia da manifestação. Mais de 100 professores estiveram reunidos nesta quinta no auditório do CCH no campus da UEL.

"Decidimos unificar nossas propostas com os servidores, por isso vamos participar do fechamento do campus na segunda-feira. Caso a proposta do governador seja aprovada pela Assembleia Legislativa, é praticamente impossível que uma greve geral não seja convocada. Alguns professores estão tão exaltados que queriam fazer essa greve mesmo antes do início das aulas", revelou. O calendário letivo da UEL tem início previsto para 19 de fevereiro.

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