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Beto Richa inspeciona obra | Ricardo Almeida /ANPr/Arquivo
Beto Richa inspeciona obra| Foto: Ricardo Almeida /ANPr/Arquivo

Apesar de melhorar a situação financeira do Paraná, o governo estadual não conseguiu concretizar a promessa de investimento recorde em 2016. O governador Beto Richa (PSDB) planejou aplicar R$ 3,7 bilhões do tesouro estadual em obras e aquisições de equipamentos. O ano fechou com R$ 1,64 bilhão em investimentos empenhados.

Além de não atingir o valor estipulado na Lei Orçamentária Anual (LOA), o resultado de 2016 ficou abaixo do registrado em anos anteriores. Ao corrigir os investimentos pela inflação oficial acumulada até dezembro passado, o ano de 2016 foi apenas o quarto melhor da gestão de Beto Richa. O recorde de investimentos foi em 2013, quando foram empenhados R$ 2,2 bilhões, em valores atualizados.

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O pior ano da gestão foi em 2015, quando o governo estadual iniciou o ajuste fiscal que posteriormente seria copiado por outros estados. Os embates sociais que ocorreram naquele ano, como o confronto com professores, as investigações contra um esquema bilionário de fraude na Receita Estadual e o aumento de impostos impactaram na popularidade de Richa. Em junho de 2015, apenas 25% dos paranaenses aprovavam a gestão.

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O governador passou a apostar em bons resultados econômicos para contrapor as críticas. Foi nesse cenário que ele apresentou a LOA de 2016, prevendo investimentos de R$ 3,7 bilhões. “Enquanto alguns estão entrando na crise, atrasando salários, o Paraná dá exemplo retomando os investimentos e as obras. O Paraná hoje é exemplo de gestão para o Brasil”, disse o governador em setembro de 2015.

Na segunda-feira, a Agência Estadual de Notícias publicou texto em que afirma que o Paraná contratou R$ 5,79 bilhões no ano passado, dobrando os valores de 2015. Na conta, porém, são usados também dados de estatais como a Copel e Sanepar, que são empresas de economia mista e não compõem o orçamento fiscal do estado, além de terem investimentos em outras regiões do Brasil. A confirmação dos valores depende ainda da publicação dos balanços, que costumam ser feitos no fim de março.

Expectativa

Apesar de não ter cumprido os investimentos prometidos, o governo estadual prevê novo investimento recorde do Tesouro Estadual para 2017, no valor de R$ 4,1 bilhões. Além disso, estão previstos outros R$ 3,4 bilhões de companhias mistas e autarquias.

Segundo o governo estadual, os investimentos devem ser concretizados com um financiamento de cerca de US$ 235 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

As declarações recentes do governador, porém, demonstram cautela. “Nossas projeções de investimento para este ano são cautelosas, pois a economia brasileira ainda vai demorar um pouco para retomar o crescimento. Ainda assim estamos confiantes. Se a economia não atrapalhar muito, vamos ampliar os investimentos em relação a 2016”, afirmou Beto Richa, conforme texto da Agência Estadual de Notícias. Ele acrescentou que “o ajuste continua”.

Maior parte da verba foi para estradas

Segundo balanço publicado pela Agência Estadual de Notícias, a maior parte dos investimentos feitos pelo governo estadual foram aplicados em manutenção e duplicação de rodovias. Foram cerca de R$ 832 milhões.

Entre as obras que receberam verba estão a PR-415, também conhecida como rodovia João Leopoldo Jacomel, principal ligação entre Curitiba, Pinhais e Piraquara. No interior, o destaque, segundo o governo, é a pavimentação de 26 quilômetros da PR-459, entre Reserva do Iguaçu e Pinhão, na região Centro-Sul do Paraná.

Outros R$ 121,6 milhões foram investidos na área da saúde, com a construção do Hospital Regional do Centro-Oeste, em Guarapuava e a construção do Anexo da Mulher do Hospital do Trabalhador em Curitiba, entre outras unidades básicas. A educação recebeu R$ 145,7 milhões em investimentos, para compra de equipamentos e construção de novas escolas.

As outras áreas contempladas com investimentos, segundo o governo, foram ciência e tecnologia (R$ 79,37 milhões), segurança pública (R$ 75,3 milhões), agricultura (R$ 66,63 milhões) e desenvolvimento urbano (R$ 64,9 milhões).

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