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O promotor Marcelo Milani, que investiga o cartel que atua no Metrô e na CPTM, disse que o consultor Arthur Teixeira pagou propina a um funcionário público. João Roberto Zaniboni era diretor de manutenção e operação da CPTM em 2000 quando recebeu US$ 250 mil de Teixeira em uma conta na Suíça. Zaniboni era um dos titulares da conta Milmar, aberta do Credit Suisse.

Teixeira disse que o pagamento era a remuneração de uma consultoria que Zaniboni prestara a ele, mas não tinha nem o resultado da consultoria nem o contrato."Ele [Teixeira] mudou o nome de propina para consultoria informal. Eu não tenho dúvida de que era dinheiro de propina", disse Milani à Folha de S.Paulo.

A Polícia Federal diz que Teixeira intermediava o pagamento de propina para empresas envolvidas no cartel de trens que atua no Metrô e na CPTM. Zaniboni era diretor da CPTM quando a empresa decidiu terceirizar a manutenção. Milani apura a hipótese de que a propina teria servido para beneficiar empresas que venceram os contratos. Alstom, Siemens, CAF e Mitsui, entre outras empresas, estão as que venceram as concorrências. Há também a hipótese de que os preços pagos eram mais altos do que os valores de mercado.

Reportagem da Folha de São Paulo do dia 12 de janeiro deste ano revelou que, sem cartel, haveria uma economia de cerca de 30% na manutenção dos trens das séries 2000, 2100 e 3000. Três contratos de manutenção assinados em 2007 custaram R$ 300 milhões a mais que os mesmos serviços prestados em 2012. Nos contratos de 2012 não havia sinais de atuação de cartel; em 2007, os indícios eram abundantes.

A reportagem procurou o advogado de Teixeira, Eduardo Carnelós, mas não conseguiu localizá-lo. Em ocasiões anteriores, o advogado refutou com veemência que seu cliente tenha pago propina. Segundo Carnelós, Teixeira é um consultor sério e contratou os serviços de Zaniboni antes que ele se tornasse diretor da CPTM. O advogado de Zaniboni, Luiz Fernando Pacheco, confirma a versão da defesa de Teixeira e nega que seu cliente tenha recebido suborno.

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