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Michel Temer (de braços cruzados) durante a convenção de sábado: Requião não foi à reunião, mas mandou representantes. | Antônio Cruz/ ABr
Michel Temer (de braços cruzados) durante a convenção de sábado: Requião não foi à reunião, mas mandou representantes.| Foto: Antônio Cruz/ ABr

A convenção que reelegeu ontem a chapa única com o deputado federal Michel Temer como presidente nacional do PMDB fortaleceu a aliança do partido com o PT para as eleições presidenciais de outubro. Sem grandes dissidências, a reunião foi uma demonstração de força do próprio Temer, que luta para ser candidato a vice-presidente na chapa da ministra petista Dilma Rousseff. Por outro lado, enfraqueceu a pré-candidatura do governador Roberto Requião ao Palácio do Planalto. "Há unidade absoluta do PMDB", disse o parlamentar, que é presidente da Câmara dos Deputados. Seis dos nove governadores peemedebistas apoiaram abertamente o nome dele para a vice-presidência da República – André Pucinelli (MS), Carlos Henrique Gaguin (TO), Eduardo Braga (AM), José Maranhão (PB), Paulo Hartung (ES) e Sérgio Cabral (RJ).

Apesar da mobilização, Temer fugiu da polêmica sobre a possibilidade de candidatura própria.

Na sexta-feira à noite, representantes dos diretórios estaduais de Pernambuco, Paraná e Santa Catarina (estados contrários ao acordo com o PT) conseguiram uma liminar judicial para suspender a convenção. A decisão foi revertida ontem pela manhã e o evento ocorreu normalmente. "A questão de candidatura própria deve ser discutida em outra convenção (em junho). Aqui decidimos sobre o novo diretório e a nova executiva nacional", declarou Temer. Ele também respondeu às críticas sobre a antecipação das conversas com o PT. Se­­gundo o deputado, o PMDB está revertendo a tradição dos últimos anos de se somar ao governo depois das eleições para tomar essa decisão antes.

O presidente do Senado, José Sarney, foi mais incisivo ao definir a posição que o partido deve tomar. "Certamente iremos partir para uma aliança com o presidente Lula, mas não será uma aliança cega." Segundo ele, o partido deve tomar parte na discussão de um programa para o país e não apenas se preocupar em ocupar espaços.

Boicote

Apesar da participação dos militantes ter sido considerada "muito boa" por Temer (591 votos favoráveis à chapa única e seis brancos/nulos, entre 797 possíveis), o boicote à convenção de­­fendido por estados que apoiam a candidatura própria surtiu algum efeito. Nenhum representante de Pernambuco participou da votação para a escolha dos 119 nomes do diretório nacional. Dos 56 convencionais paranaenses com direito a voto, só cinco estiveram presentes – o delegado do diretório estadual Sérgio Ricci, os ex-secretários estaduais Renato Adur e Milton Buabsi, o ex-deputado federal Nivaldo Krüger e o deputado federal Rodrigo Rocha Loures. "Foi uma convenção muito fria em que ficou claro que tudo havia sido decidido por antecipação", atacou Ricci.

Pelo serviço de microblog Twitter, Requião também questionou a reunião. "PMDB está morrendo. Mas ainda podemos salvá-lo", escreveu. O governador também disse que o diretório do partido no Paraná "não participa da chapa do Temer" por considerar a convenção uma "violação da democracia interna". Na lista final de representantes do diretório nacional estão três paranaenses – Rocha Loures, o deputado federal Moacir Micheletto e o ministro Reinhold Stephanes.

Do trio, apenas Rocha Loures foi escolhido como um dos 15 representantes na executiva nacional, principal instância decisória do partido. "Estou no cargo para representar os interesses do Paraná no maior partido do Brasil. É um espaço nobre e seria um luxo desnecessário deixá-lo vago", afirmou o deputado federal, que disse ser favorável à discussão sobre candidatura própria.

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