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O deputado Nelson Pellegrino (PT-BA) apresentou nesta quarta-feira (4) o seu relatório na CPI dos Grampos pedindo o indiciamento de um delegado, um detetive, quatro policiais e outras pessoas envolvidas com escutas ilegais. A cúpula da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no entanto, ficou de fora da lista de pedidos de indiciamento, assim como o banqueiro Daniel Dantas e o delegado Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha da Polícia Federal. O relatório será discutido e votado na próxima semana.

O relatório também não aponta nenhum culpado pela escuta telefônica de uma conversa do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e abriu uma crise sobre as escutas ilegais.

Sobre a Operação Satiagraha, Pellegrino relata ter encontrado "divergências" nos depoimentos prestados por Protógenes Queiroz e outras testemunhas, como o ex-diretor da Abin Milton Campana e o diretor de inteligência da PF, Daniel Lorenz.. Ele decidiu, no entanto, apenas encaminhar os depoimentos ao Ministério Público para que se avalie prática de falso testemunho.

Ele reclama que não conseguiu avançar nas investigações. "Meu relatório tem recomendações e uma série de indiciamentos, mas nós só podemos indiciar quando há provas. A CPI tem caráter eminentemente técnico." No caso de Dantas, ele protesta contra o STF por não ter permitido à comissão acesso aos dados das investigações da PF contra o banqueiro.

O relatório foi bastante criticado. A oposição reclama que apenas "peixes pequenos" constam entre os pedidos de indiciamento e promete apresentar voto em separado. "O caso dos grandes ele vai passar a bola para o Ministério Público", reclamou o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP).

O presidente da comissão, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), também não ficou satisfeito e promete apresentar seu próprio relatório.

Em seu texto, Itagiba quer indiciar, entre outros, o ex-diretor-geral da Abin Paulo Lacerda, por falso testemunho. O peemedebista destaca que Lacerda disse à CPI que não seriam mais que três os funcionários da agência cedidos para trabalhar na Satiagraha, enquanto o número total foi superior a 50.

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