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| Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo

Pacotaço

Com sérias dificuldades orçamentárias e um rombo estimado em R$ 4,6 bilhões apenas em 2014, o segundo entre os estados, o governo do Paraná se viu obrigado a preparar dois pacotes de reestruturação das finanças, idealizado pelo secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa. O primeiro, com o aumento da alíquota do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) de 2,5% para 3,5%, e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), editado no ano passado, foi aprovado sem sobressaltos. Até que veio a segunda versão do projeto, retirando benefícios do funcionalismo público. A chiadeira foi geral. Liderado por professores, o movimento cresceu, tomou parte do Centro Cívico, a Assembleia e a simpatia de faixa considerável da população. Após idas e vindas, gritos, ocupações, choros e protestos (foto), o movimento encurralou os deputados e obrigou o governador a recuar, retirando o assunto provisoriamente da pauta – deve voltar à Assembleia nesta semana. Richa ganhou opositores e perdeu prestígio. Ficou também sem a autorização para usar os R$ 8 bilhões da poupança da Paranaprevidência.

Oposição

Ney Leprevost Brunno Covello/Gazeta do Povo

No princípio, Beto Richa contava com o apoio da maioria avassaladora da Assembleia Legislativa. Nada menos do que 48 dos 54 deputados estaduais rezavam a cartilha do governador. Porém, com o crescimento da mobilização do funcionalismo público contra o "pacotaço", aos poucos os parlamentares foram mudando de lado, pelo menos em relação ao tema. Ney Leprevost (PSD, foto), por exemplo, fez um duro discurso em plenário contra as medidas propostas pelo Palácio Iguaçu. Com os professores ainda acampados em frente à Assembleia e a pressão da "onda contrária", é provável que a oposição ganhe mais representatividade, mesmo que informalmente – as sessões serão retomadas nesta segunda-feira (23), com a provável reapresentação do "pacotaço". Ou seja, promessa de mais dificuldades na aprovação de projetos por parte do governo Richa.

Servidor do governo

Marcelo "Tchello" Caramori idolatra Beto Richa. A ponto de deixar cravada no braço a homenagem ao governador: "100% Beto Richa", tatuou ele. "Não basta vestir a camisa. Tem que ter na pele", escreveu em uma rede social. O fotógrafo, porém, ajudou a aumentar consideravelmente a onda de más notícias que acompanham Richa desde que foi reeleito. Caramori foi preso em Londrina em uma investigação sobre agentes públicos supostamente envolvidos em casos de exploração sexual de crianças e adolescentes na cidade. Caramori tinha um cargo comissionado de assessor no Palácio Iguaçu há quatro anos, com um salário de pouco mais de R$ 6 mil. O governo estadual exonerou o fotógrafo.

Ônibus

Antônio More/Gazeta do Povo

Com a ruptura por parte da prefeitura de Curitiba, que passou a cuidar exclusivamente das linhas de ônibus que atendem somente a capital, o governo do estado se viu obrigado a administrar as linhas ligadas à região metropolitana. Mais uma pressão no caixa estadual. A disputa que teve como pano de fundo o valor do subsídio repassado pelo Palácio Iguaçu ao Executivo municipal, representou também o fim da Rede Integrada de Transporte (RIT, foto), um dos fatores que transformou Curitiba em referência em transporte coletivo. A Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) reduziu o trajeto de quatro linhas, como a popular Colombo-CIC, que transportava por dia 35,8 mil passageiros e tinha um trajeto, ida e volta, de 43,2 quilômetros. Por fim, sem a pressão dos municípios vizinhos, a Urbs, que gerencia as linhas urbanas de Curitiba, não atrasou mais o pagamento às empresas responsáveis por operar sistema.

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