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Paranaenses garantem que votaram contra Renan

Brasília – Os três senadores do Paraná não acreditam que Renan Calheiros (PMDB-AL) ainda possa ser cassado, apesar dos outros três processos contra o alagoano que tramitam no Conselho de Ética (leia mais na página 16). Todos afirmam ter votado ontem a favor da cassação. Mas nenhum discursou em plenário defendendo essa posição, embora tivessem esse direito. Leia matéria completa

Alheio à pressão dos próprios aliados para que tire uma licença ou ao menos férias de 15 dias, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), embarcou na manhã desta sexta-feira com a mulher Verônica, num avião da Força Aérea Brasileira (FAB), para Maceió, onde passará o fim de semana. Mas voltará a Brasília no início da semana para retomar os trabalhos da Casa, quando já terá pela frente que enfrentar o segundo processo aberto no Conselho de Ética, que apura sua suposta interferência para negociar dívida de R$ 100 milhões da cervejaria Schincariol com órgãos federais. Em troca, a cervejaria teria comprado uma fábrica de refrigerantes da família Calheiros pagando preço bem superior ao de mercado.

O relator do caso, senador João Pedro (PT-AM), promete apresentar seu parecer na terça ou quarta-feira. Tudo indica que o petista deverá propor o arquivamento do processo, sob a alegação de que o assunto já está sendo investigado pela Câmara e que a denúncia se refere a um negócio privado entre uma empresa particular e um deputado, Olavo Calheiros (PMDB-AL), irmão de Renan. No entendimento do relator, a reportagem que deu origem à representação do PSOL não é prova de acusação. Em tese, esse processo daria menos dor de cabeça a Renan, mas resta saber como se comportará o Senado daqui para frente, principalmente depois de sua insistência em ficar à frente da Casa, causando constrangimento até para os aliados.

Renan ainda tem pela frente mais duas representações, que podem unidas num único processo. O presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), disse que na próxima sessão deverá consultar os líderes partidários sobre a conveniência de juntar as representações, tendo em vista que o primeiro processo foi muito demorado. A idéia dele é anexar a representação do PSDB e do DEM, que pede investigação sobre denúncia de que Renan teria usado laranjas na compra de uma emissora de rádio e um jornal em Alagoas, em parceria com o usineiro João Lyra; e outra, do PSOL, sobre denúncia de que Renan era beneficiário de um esquema de arrecadação de recursos públicos em ministérios comandados pelo PMDB.

Os problemas do presidente do Senado não param por aí. Ele terá que dar explicações em duas investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). Na mais importante delas, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, investiga a evolução patrimonial de Renan.

Senadores anunciam medidas para forçar saída de Renan

Nesta quinta-feira, senadores de seis partidos - PSDB, DEM, PSOL, PSB, PDT e até do PMDB - acertaram uma mobilização para forçar a saída de Renan da presidência do Senado, após sua absolvição no plenário da Casa. O grupo, que se auto-denominou "Grupo de Aliados da Ética", afirmou que não participará mais de reunião de líderes enquanto Renan estiver na presidência.

- Sob a presidência do Renan não tem mais reunião de líderes. Os líderes não vão mais se reunir enquanto ele estiver na presidência - afirmou a senadora Patrícia Saboya (PSB-CE).

Os senadores decidiram que só vão votar agora uma "pauta seletiva". Não serão mais analisadas por eles, por exemplo, medidas provisórias que liberem créditos extraordinários para o governo.

Eles também decidiram trabalhar pela aprovação de um projeto de lei que determina o afastamento automático de presidentes de comissões e membros da Mesa Diretora que estejam sendo investigados pelo Conselho de Ética.

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