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O engenheiro Manfred Von Richthofen, 49 anos, e a psiquiatra Marísia, 50, foram assassinados na madrugada do dia 31 de outubro de 2002 a golpes de barras de ferro na cama em que dormiam, na casa da família no bairro de Campo Belo, zona sul de São Paulo. Os corpos foram encontrados pelos dois filhos do casal, Suzane e Andreas Von Richthofen. Ela tinha 19 anos e o garoto 15. Foi o desfecho de um plano que vinha sendo elaborado na própria casa dos Richthofen.

Na noite do dia 30, o roteiro começou a ser cumprido. Andreas von Richthofen ligou para a irmã Suzane, quando viu os pais irem dormir. Era a senha para que a irmã e o namorado, Daniel Cravinhos, viessem buscá-lo para levá-lo a um cybercafé. Suzane e Daniel cumpriram o prometido. Depois de deixar Andreas, encontraram-se com Cristian, irmão de Daniel, e retornaram para a residência dos Richthofen no carro da garota.

Suzane abriu a porta da garagem com o controle remoto. Deu meias finas e luvas cirúrgicas para a dupla. Era a forma de evitar impressões digitais e queda de pêlos. Ela entrou, subiu as escadas e checou se os pais estavam mesmo dormindo. Acendeu a luz do corredor e deu um sinal para que os dois subissem ao quarto do casal. Era a última parte do plano.

Os irmãos Cravinhos entraram e desferiram nos pais de Suzane diversos golpes com as barras de ferro e madeira, que o próprio Daniel havia confeccionado. O pai morreu imediatamente. A mãe ainda sobreviveu, mas foi sufocada com uma toalha molhada. Suzane teria ficado na parte inferior da casa. Quando os Cravinhos desceram ela perguntou. "Acabou?".

Depois do crime, os três forjaram um latrocínio, pegando dinheiro e jóias da família e colocando a arma de Manfred ao alcance da mão dele. Eles reviraram a biblioteca da casa e fugiram levando dólares - cerca de US$ 8 mil. Cristian foi para casa com o dinheiro. Suzane e Daniel deram sumiço no material usado no crime e foram a um motel, para ter um álibi. Duas horas depois, voltaram ao cybercafé em que estava Andreas, pegaram o garoto e rumaram para casa. Chamaram a polícia e a empresa de segurança da casa, porque as luzes estavam acesas. Quando entraram, encontraram os corpos dos pais.

A polícia inicialmente acreditou tratar-se de um latrocínio - roubo seguido de morte. Mas não havia sinais de arrombamento na residência e o alarme estava desligado. Uma ex-empregada da família que havia sido demitida e fez ameaças aos ex-patrões, chegou a ser considerada suspeita. Mas sua participação no crime foi descartada depois de um depoimento a polícia. Durante a investigação, descobriu-se que Cristian, então desempregado, havia comprado uma moto. A compra foi feita em nome de um amigo e parte do pagamento foi efetuado em dólares.

Todos foram chamados a depor. Depois de cinco depoimentos, Suzane confessou o plano. Os três foram presos e confessaram ter planejado e matado o casal. O crime, segundo eles, teria sido motivado pela proibição do namoro de Suzane e Daniel. A polícia descobriu que Suzane e Daniel planejavam montar um negócio com a herança deixada pelos pais.

Suzane diz ter cometido o crime por amor ao namorado. Ela acusa Daniel de tê-la convencido a participar por causa do dinheiro. Já Daniel afirma que Suzane tinha conflitos com os pais e o teria chamado para participar do plano. Cristian diz que participou do assassinato por amor ao irmão, Daniel. Os três respondem a processo pelos crimes de duplo homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima e estão presos.

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