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A Diretoria-geral do Senado instaurou nesta quinta-feira (20) uma sindicância para investigar a contratação de funcionários "fantasmas" no gabinete do senador Efraim Morais (DEM-PB). A decisão de se realizar a nova investigação foi publicada nesta sexta-feira (21) no Boletim Administrativo de Pessoal da Casa. A Polícia Legislativa do Senado está fazendo uma investigação preliminar e já anunciou que abrirá também um inquérito sobre o caso.

O senador nega ter conhecimento do caso e informou que já mandou demitir as duas irmãs e a funcionária que estaria envolvida na questão. Até esta sexta-feira, no entanto, o Boletim ainda não trouxe as demissões anunciadas.

Efraim foi denunciado à Polícia Federal por suspeita de contratação de funcionários fantasmas. A denúncia foi feita pelas irmãs Kelriany e Kelly Nascimento da Silva. Ambas não tinham emprego fixo, mas recebiam o que acreditavam ser uma bolsa de estudos de R$ 100 que duas amigas teriam conseguido junto à Universidade de Brasília (UnB). Elas assinaram procurações.

Segundo a história contada por elas, as amigas pediram documentos e autorização para abrir conta em banco e as levaram a locais fora do Senado para fazer um exame de saúde que seria necessário para a bolsa. Na verdade, se tratava de um exame admissional.

As irmãs Kelly e Kelriany só descobriram que eram funcionárias do Senado no mês passado, quando uma delas conseguiu um emprego e foi abrir uma conta bancária. Elas descobriram que já estavam empregadas no gabinete do senador e que "recebiam" um salário de R$ 3,8 mil.

Segundo as irmãs que fizeram a denúncia, uma das amigas que pediu a procuração é Mônica da Conceição Bicalho, que trabalha para o senador. Em nota, a funcionária de Efraim afirmou que o senador não tinha conhecimento da contratação das duas irmãs. Disse ainda que as duas prestavam serviços externos ao gabinete.

A investigação da sindicância vai apurar irregularidades que tenham sido cometidas por funcionários do Senado enquanto a Polícia vai apurar a existência de crime. A investigação da Polícia está mais avançada. Já foram ouvidas as duas jovens que fizeram a denúncia e uma outra pessoa que trabalharia para Efraim e que estaria envolvido no esquema. Na semana que vem a Polícia pretende ouvir Mônica e uma irmã sua, que teria também envolvimento no caso.

Nenhuma das duas investigações apura possíveis responsabilidades do senador. No âmbito da Casa, somente a Corregedoria tem tal prerrogativa. O titular da Corregedoria, Romeu Tuma (PTB-SP), afirmou que vai aguardar o trabalho da Polícia do Senado para verificar se é necessária uma investigação contra o colega.

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