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O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) criticou nesta sexta-feira (15) a ação entregue na quinta-feira (14) pela Advocacia Geral da União (AGU) pedindo que o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) se manifeste sobre a ordem de votação dos vetos pelo Congresso.

"A AGU, em vez de tomar o tempo do Supremo com uma consulta inútil, faria melhor em ler a Constituição", afirmou o senador.

Segundo o governo, a derrubada dos vetos presidenciais que estão nas gavetas do Congresso pode gerar um prejuízo de R$ 471,3 bilhões aos cofres públicos.

A polêmica começou após deputados recorrerem no fim do ano passado ao STF para evitar que o Congresso votasse o veto da presidente Dilma Rousseff à lei dos royalties. O veto impedia que estados produtores de petróleo, como Rio de Janeiro e Espírito Santo, tivessem uma nova fórmula para distribuição das receitas.

Relator do caso, o ministro Luiz Fux deu uma decisão favorável (em caráter provisório) aos parlamentares e determinou que os 3.060 vetos que aguardavam a análise de deputados e senadores fossem analisados em ordem cronológica.

Aloysio Nunes defende a ordem cronológica e diz entender que nenhuma outra matéria poderá entrar em pauta enquanto houver vetos pendentes de exame - inclusive o Orçamento da União de 2013. Para o tucano, a regra está prevista na Constituição.

"Existe um brocado que todo jurista conhece que é o seguinte: quando há clareza não há interpretação. E a Constituição é muito clara", disse o tucano.

Memorial

Para forçar a revisão da medida de Fux, a AGU elaborou na quinta-feira um memorial para os ministros do STF mostrando que a derrubada de vetos - alguns ainda do governo Fernando Henrique Cardoso - provocaria um rombo sem precedentes nas contas do governo.

O governo pede que o Supremo module a votação dos vetos editados nos últimos 30 dias.

A Constituição Federal diz que os vetos devem ser analisados pelo Congresso no prazo máximo de 30 dias após chegar ao Legislativo. Se o prazo não for cumprido, deve ser "colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final".

A AGU argumenta aos ministros do STF que a medida pode gerar uma crise institucional, apontando que a decisão de Fux fere a Constituição.

Outra justificativa da AGU é que a análise cronológica dos vetos pode paralisar o Congresso, sendo que seriam necessárias 153 semanas ou aproximadamente três anos para completar a análise dos vetos pendentes.Para Aloysio Nunes, o exame dos vetos não irão gerar problemas de ordem prática.

"Quando se fala em 3 mil vetos não é nenhuma coisa de outro mundo. A maioria são matérias absolutamente tranquilas, algumas questões já superadas pelo tempo. Com uma boa organização, é perfeitamente possível se votar", disse o tucano.

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