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O ex-governador e senador eleito José Serra (PSDB) negou que tenha beneficiado empresas ao depor na tarde desta quinta-feira (30) na Polícia Federal no inquérito que investiga o cartel de trens que atuou em São Paulo entre 1998 e 2008. Serra repetiu os argumentos que apresentara ao Ministério Público estadual, de que atuou para diminuir o preço de trens quando foi governador do Estado, entre 2007 e 2010.

O nome de Serra foi citado por um executivo da multinacional alemã Siemens, Nelson Branco Marchetti, em e-mail de 2008. Segundo a mensagem, confirmada em depoimento à polícia, Serra pressionou a Siemens para desistir de um recurso judicial que atrasaria a conclusão de uma concorrência da CPTM que havia sido vencida pela CAF.

O e-mail diz que uma das alternativas discutidas era a CAF subcontratar a Siemens para fornecer 30% dos trens. A pressão sobre a Siemens ocorreu em uma feira de trens em Amsterdã, na Holanda, de acordo com o executivo.

A discussão, no entanto, não foi adiante. A CAF acabou fornecendo os 40 trens para a CPTM. Serra diz que o preço pago pela CPTM foi dos mais baixos da história da empresa.Três das sete licitações que estão sob investigação da PF ocorreram à época em que ele foi governador de São Paulo. Marchetti é um dos seis executivos da Siemens que assinaram um acordo de leniência com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão federal antitruste. A multinacional alemã delatou o conluio para ter uma punição menor.

Em outra apuração, o Ministério Público já analisou as afirmações de Marchetti e considerou que Serra não beneficiou a CAF.O Conselho Superior do Ministério Público confirmou em 15 de outubro decisão do procurador-geral Márcio Elias Rosa de que não há evidências do envolvimento do ex-governador em atos de improbidade administrativa no caso. A reportagem não localizou Serra e o advogado dele nesta quinta-feira (30).

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