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crise no caixa

Sob pressão, governo cede em itens do seu ‘pacotaço’

Medidas devem ser votadas hoje na base do “tratoraço”. Propostas que alterariam benefícios remuneratórios foram retiradas

Professores protestaram contra o governo em frente à Assembleia | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Professores protestaram contra o governo em frente à Assembleia (Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo)

Pressionado por servidores e deputados da própria base aliada, o governo do Paraná recuou em pelo menos três pontos do pacotão de medidas "amargas" anunciado na semana passada. Com isso, não devem mais ir à votação na Assembleia Legislativa propostas que alterariam benefícios remuneratórios de servidores, como progressões, o quinquênio e o anuênio.

A base governista na Assembleia, porém, manteve a decisão de votar hoje os dois projetos de lei sob o regime de comissão geral, o chamado "tratoraço".

Desde que as mensagens chegaram ao Legislativo na quarta-feira, parlamentares aliados têm discutido com o Executivo concessões no texto original. Ontem, pouco antes do início da sessão em plenário, o governo cedeu em três pontos.

O primeiro e mais abrangente deles pretendia acabar com o anuênio e o quinquênio para todo o funcionalismo público estadual. Hoje, a cada cinco anos de trabalho o funcionário tem seu salário aumentado em 5%. O anuênio também será mantido como está – a partir de 26 anos de serviço para os professores e de 30 para os demais servidores.

O governo ainda recuou em duas medidas que atingiriam os docentes da rede estadual. Elas alteravam os mecanismos de progressões e promoções nas carreiras da educação e o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), que permite a licença remunerada para realização de cursos de qualificação profissional. Na visão do governo, a legislação atual estimula o afastamento da sala de aula e não têm o devido controle do desempenho dos professores.

No restante dos projetos, entretanto, ainda permanece uma série de medidas impopulares, como a maior dificuldade para que os professores tirem licenças; o remanejamento dos docentes da área administrativa para a sala de aula; e, principalmente, a fusão dos dois planos da Paranaprevidência, que permitirá ao governo utilizar uma "poupança" previdenciária de R$ 8 bilhões para pagar aposentadorias sem precisar usar recursos do tesouro.

Já com relação ao possível corte do auxílio-transporte a professores em períodos de férias e afastamento, a medida foi retirada do texto, mas poderá ocorrer posteriormente por meio de decreto.

Divergências

Líder do governo na Assembleia, Luiz Claudio Romanelli (PMDB) defendeu a aprovação do pacote do Executivo como forma de garantir que o salário dos servidores seja pago em dia. "O país atravessa uma crise. O momento é dificílimo. Treze estados brasileiros anunciaram cortes no orçamento. No Paraná, estamos contingenciando R$ 11 bilhões", afirmou. "Diante dessa situação excepcional, encontraremos um meio termo, uma solução que seja a menos ruim para todos."

Já o líder da oposição, Tadeu Veneri (PT), classificou os projetos como um golpe nos servidores. "O governo tenta desmobilizar o funcionalismo acenando com a possibilidade de fazer algumas mudanças cosméticas nas propostas. Não vamos cair nessa armadilha. Os projetos como um todo têm que ser rejeitados."

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