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Bloqueio é referente a desvios que teriam acontecido nas obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco | Dorivan Marinho/Midas Press/Folhapress/Arquivo
Bloqueio é referente a desvios que teriam acontecido nas obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco| Foto: Dorivan Marinho/Midas Press/Folhapress/Arquivo

O Tribunal de Contas da União (TCU) ignorou decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) que liberam o patrimônio de empreiteiras e voltou a determinar o bloqueio de bens de empresas suspeitas de se beneficiarem de um superfaturamento – de R$ 960,9 milhões – num contrato na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Desta vez, o TCU bloqueou o patrimônio das construtoras Queiroz Galvão e Iesa Óleo e Gás, que formaram o consórcio Ipojuca Interligações.

A medida é cautelar e com validade imediata. A decisão se estende ao ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli e ao ex-diretor de Serviços Renato Duque, preso em Curitiba em razão da Operação Lava Jato.

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A decisão foi tomada pelo plenário do TCU em sessão nesta quarta-feira (21). O contrato analisado tem um valor original de R$ 2,6 bilhões. Depois de 29 aditivos, chegou a R$ 3,5 bilhões. Auditoria do tribunal detectou um superfaturamento de R$ 682,4 milhões. O valor atualizado chega a R$ 960,9 milhões, montante a que se refere o bloqueio de bens das empreiteiras e dos ex-gestores da estatal.

O bloqueio tem validade de um ano. Cada um dos atingidos pela medida tem um mês para dar explicações sobre o superfaturamento detectado pelo TCU. Gabrielli não havia sido listado como responsável pela área técnica do tribunal. A decisão de incluí-lo no “rol de responsáveis pelo débito” partiu do ministro relator do processo, Benjamin Zymler, o que foi aceito pelos demais ministros em plenário.

Antes, o TCU já havia determinado o bloqueio de bens da OAS, da Odebrecht, de ex-executivos das empreiteiras e de Gabrielli em razão de outro contrato para obras na refinaria Abreu e Lima. O superfaturamento apontado foi de R$ 2,1 bilhões, valor equivalente ao bloqueio.

Neste caso, o STF derrubou a maior parte dos bloqueios. O ministro Marco Aurélio Mello já desbloqueou os bens da Odebrecht, em 31 de agosto; da OAS, no dia 8 deste mês; e do ex-presidente da OAS Leo Pinheiro, ontem. Mello argumentou que o TCU não tem competência para este tipo de medida cautelar para a iniciativa privada.

Em nota divulgada no início da noite desta quarta, o TCU afirma que não “contraria as recentes decisões monocráticas do ministro Marco Aurélio do STF”. “As decisões do ministro referem-se a outro processo, envolvendo contratos distintos e diferentes empreiteiras, e não vinculam as demais deliberações que vierem a ser adotadas pelo TCU”, diz a nota. O tribunal afirma estar cumprindo as decisões do STF.

“Não sei do que estão me acusando”, diz Sérgio Gabrielli sobre decisão do TCU

O ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse que não tem conhecimento das acusações apresentadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em relação a irregularidades cometidas em contratos da Refinaria Abreu e Lima, de Pernambuco.

“Não posso me defender se não sei do que estou sendo acusado. Não há tipificação de responsabilidade. Não tenho nenhuma relação direta com o que aconteceu com essas refinarias”, disse.

“É uma arbitrariedade que está sendo feita”, reagiu Gabrielli, ao saber da decisão do TCU por meio da reportagem. O ex-presidente da Petrobras já está com seus bens bloqueados pela corte de contas devido a decisões anteriores que apuram irregularidades em contratos da estatal. “É a terceira ou quarta vez que me incluem (entre pessoas com bens bloqueados). Tenho recorrido internamente no TCU e também no STF (Supremo Tribunal Federal)”, disse.

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