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Presidente Dilma Rousseff está mais isolada a cada dia que passa. | Lula Marques/Agência PT
Presidente Dilma Rousseff está mais isolada a cada dia que passa.| Foto: Lula Marques/Agência PT

A cada dia que passa, o centro de poder em Brasília parece se deslocar mais rumo ao Palácio do Jaburu, onde o vice-presidente Michel Temer (PMDB) não se cansa de receber apoios e boas notícias.

A cinco quilômetros dali, no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff (PT) vive situação exatamente oposta: cada visitante de Temer é um voto a mais pelo impeachment; cada apoio a seu vice, um partido a menos na base.

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Nesta quarta-feira (13), o movimento no Jaburu, o palácio à beira do Paranoá em que vive o vice, foi descrito por um deputado como “romaria”. “Teve até congestionamento para entrar, uma loucura”, disse o deputado José Priante (PMDB-PA) ao jornal O Estado de S. Paulo. Priante foi ao Jaburu com o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ) – um líder que Dilma ajudou a eleger, apostando que ele retribuiria o favor. Não funcionou.

O PMDB deve ser o próximo a entregar más notícias para a presidente. Nesta quinta (14), haverá uma reunião da bancada, de 67 deputados, e o partido decidirá pelo “sim” ao impeachment. “Talvez com cinco ou seis votos contrários”, diz Rodrigo Rocha Loures, assessor pessoal de Temer.

O maior aliado do PT seguirá assim o rumo que PRB e PP tomaram desde terça (12), abandonando a presidente à própria sorte. O PP chegou a entregar o Ministério da Integração Nacional, ocupado por Gilberto Occhi.

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O PSD, partido que o petismo fomentou para enfraquecer o DEM e a quem entregou um ministério, também anunciou nesta quarta que decidiu orientar a bancada a votar pelo impeachment no domingo. Restou de boa notícia a Dilma a decisão do PDT de permanecer a seu lado: a garantia dos 20 votos do partido, porém, nem de longe compensa as perdas que o Palácio do Planalto teve em sua base nesta semana.

“Está todo mundo vindo para cá”, resume o deputado Osmar Serraglio, do PMDB paranaense, sobre a situação do seu partido. “Antes éramos minoria e os governistas ganhavam as votações no partido com dois terços da bancada. Agora decidimos pelo impeachment com três quartos dos votos”, diz Marcelo Belinati (PP-PR).

Ao PT, restou agora o que a senadora Gleisi Hoffmann (PR) classificou como “combate corpo a corpo”. “O fato de as cúpulas partidárias tirarem posicionamento não quer dizer que os deputados vão seguir”, afirmou em vídeo gravado para convencer a militância a não desistir.

Experiente articulador e até terça vice-líder do governo Dilma, Ricardo Barros (PP) afirma que não há nada decidido, mas diz que hoje o governo já não tem os 193 votos que afirmava ter na quinta passada. Rocha Loures, por outro lado, é mais enfático. “Já temos os votos para o impeachment”, afirma.

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