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 | Jefferson Rudy/Agência Senado
| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O presidente interino Michel Temer (PMDB) tem alguns trunfos na manga para evitar que aconteçam reviravoltas no placar do impeachment no Senado.

Mesmo com possíveis defecções, como as sinalizadas por Cristovam Buarque (PPS-DF), Romário (PSB-RJ) e Acir Gurgacz (PDT-RO), as negociações com senadores ausentes e suplentes visam garantir o impedimento definitivo de Dilma Rousseff.

Segundo Buarque, há cinco ou seis senadores que poderiam modificar o voto de acordo com “o conjunto da obra do governo Temer”, conforme declarou na sexta-feira à Rádio Guaíba. Também nesse dia, Gurgacz foi à tribuna do Senado para dizer que ainda não se posicionou contra o impeachment. “Estamos na fase de ouvir as testemunhas, ver as provas, analisar os laudos, para, depois, formarmos o nosso pensamento sobre o mérito dessa questão”, declarou.

O plenário do Senado aprovou a admissibilidade do processo de impeachment por 55 votos a 22. Para o impedimento definitivo, são necessários 54 votos, ao menos. Segundo Cristovam Buarque, há “cinco ou seis pessoas” que poderiam mudar o voto. Segundo o movimento Vem pra Rua, há 45 senadores apoiando o impeachment, 13 indecisos e 23 contra – neste cenário, Dilma Rousseff voltaria a comandar a República.

Para não correr riscos, Temer tem trabalhado nos bastidores para garantir a vitória. A primeira ação foi tomada ainda na posse: manteve Helder Barbalho no ministério. Ele, que ocupava a pasta de Portos, passou para Integração Nacional. Isso deve bastar para o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) definir o voto a favor do impeachment – na votação da admissibilidade ele se ausentou.

Outro que não estava presente na primeira sessão do Senado foi Eduardo Braga (PMDB-AM). Para conquistar o voto dele, Temer o colocou na relatoria-geral do Orçamento de 2017. Segundo reportagem do jornal Valor Econômico, Braga também tem negociado nomeações no setor elétrico.

Suplentes

Na matemática dos suplentes, Temer tem uma pequena vantagem. José Serra (PSDB-SP), que assumiu o Ministério das Relações Exteriores, deu lugar a José Aníbal (PSDB-SP), que seguramente votará a favor do impeachment. No lugar de Blairo Maggi (PR-MT), entrou Cidinho Santos, que já ocupou a suplência em ocasiões anteriores.

Em 2014, Santos fez discursos defendendo o governo de Dilma Rousseff, mas de lá para cá o partido foi se afastando do PT. Além disso, ele é ligado ao setor agropecuário, bastante crítico à gestão da petista. Em uma emergência, porém, Blairo poderia voltar ao Senado para a votação.

Outro suplente que assumiu recentemente foi Pedro Chaves (PSC-MS), no lugar de Delcídio do Amaral, que teve o mandato cassado e não participou da votação da admissibilidade. A filha de Chaves é casada com o filho do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula e preso na 21ª fase da Lava Jato.

Chaves ainda não se manifestou sobre o impeachment. Quando assumiu, disse que iria analisar o caso. No placar do movimento Vem pra Rua, ainda consta o nome de Delcídio do Amaral como favorável ao impeachment. Ele é economista e empresário do setor educacional.

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