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Manifestantes atacam coquetéis-molotov | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Manifestantes atacam coquetéis-molotov| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O presidente Michel Temer (PMDB) escalou o porta-voz Alexandre Parola para comentar as manifestações que acontecem na Esplanada dos Ministérios e que deixaram um rastro de vandalismo e depredação. “O presidente Michel Temer repudia o vandalismo, a destruição e a violência de um grupo de manifestantes hoje em Brasília. A intolerância não é forma de expressão democrática e não pode ser instrumento para pressionar o Congresso”, disse Parola.

Veja fotos dos confrontos na Esplanada dos Ministérios

Protestos preocupam Planalto

Depois de o presidente Michel Temer (PMDB) dizer nesta terça-feira que o governo não devia se preocupar com as manifestações e que elas são legítimas numa democracia, o acirramento dos protestos que acontecem neste momento na Esplanada gerou preocupação no Palácio do Planalto.

Interlocutores do presidente reforçam que o próprio Temer destacou que os protestos não deveriam ser violentos, mas salientam que há sim um temor de que o episódio desta terça-feira possa inflar os atos que estão sendo convocados para o dia 4, em São Paulo. A manifestação foi convocada contra um eventual projeto de anistia ao “caixa 2”. E mesmo depois da explicação de Temer de que o projeto não avançaria os movimentos que foram responsáveis pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff - Vem Pra Rua, Movimento Brasil Livre e Nas Ruas - querem fazer o ato “contra todos os corruptos”.

Há também protestos contra a PEC do Teto e contra a MP do Ensino Médio sendo convocados para o dia 11, véspera da previsão do segundo turno da votação da PEC no Senado.

Em relação à votação do primeiro turno da PEC do teto, que ocorre nesta terça no Senado, um auxiliar do presidente disse que ainda é cedo para avaliar o impacto dos protestos e se a manifestação pode interromper os trabalhos e atrapalhar o objetivo do governo de aprovar a matéria em primeiro turno.

Na mensagem, Parola destacou que o governo sempre esteve aberto ao diálogo e defende o direito às reivindicações. “Mas jamais transigirá com atos de destruição do patrimônio público e privado”, afirmou. “O País não pode ser palco de atos que só disseminam o medo e a intimidação para as famílias e os cidadãos brasileiros.”

O porta-voz também lamentou os ataques à imprensa e disse que a liberdade de imprensa “é um valor central em nossa democracia”. “O presidente lembra que a mesma Constituição que garante a liberdade de manifestação, protege também a imprensa livre.” Diferente de outras votações importantes, em que ficou no Palácio do Planalto até tarde, o presidente Michel Temer já foi para o Palácio do Jaburu.

Servidores acuados

O aumento na intensidade dos protestos e da ação policial na Esplanada deixou servidores dos ministérios literalmente presos nos prédios. Funcionários que trabalham nos ministérios do Desenvolvimento Social, da Educação e da Cultura, segundo relatos obtidos pela reportagem, decidiram não deixar os prédios com receio de serem atingidos.

Alvo de protestos por conta das mudanças com do ensino médio, o Ministério da Educação, por exemplo, foi pichado. Garagens subterrâneas das repartições na Esplanada foram fechadas por precaução.

O MEC foi invadido e depredado por um grupo de 50 a 100 pessoas, algumas encapuzadas. Atearam fogo em pneus, em lixeiras, quebraram as entradas do ministério, caixas eletrônicos e câmaras de segurança. O ministro da Educação, Mendonça Filho, permanece no seu gabinete.

Cordões de isolamento

Numa ação para inibir os protestos, a PM fez dois cordões de isolamento na Esplanada. O primeiro, de acompanhamento e parado, é na altura da Rodoviária de Brasília, no início da Esplanada.

Por sua vez, o segundo grupo da PM avança a pé desde o espelho d’água no Congresso até a Catedral de Brasília. Essa ação visa dispersar e inibir os protestos. Os manifestantes reclamam também da truculência da ação policial que, dizem, deixou pessoas feridas.

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