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Críticas

Haddad diz que contrato era "irracional"

Agência Estado

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse ontem que não comentaria as investigações do Ministério Público (MP) que relacionam Gilberto Kassab ao recebimento de dinheiro da empresa Controlar, mas afirmou que o contrato de inspeção ambiental veicular era "irracional" e só causou prejuízos à capital paulista. "Nossa posição é que esse contrato expirou e estamos implementando um modelo mais moderno [de inspeção] se a Justiça permitir", disse. Haddad não poupou críticas à empresa Controlar, cujo contrato acaba no dia 31. "Para você ter uma ideia, eles nunca nos apresentaram esse tal estudo com os benefícios ambientais do programa", disse Haddad, em referência a dados sobre ganhos ambientais da Controlar apresentados na última quinta-feira.

Controlar nega acusação

A empresa Controlar contestou as denúncias de que teria dado dinheiro a Gilberto Kassab. "A Controlar nega veementemente as insinuações e afirma que sempre pautou suas ações baseada nos princípios da ética e da legalidade", afirmou, por meio de nota. Kassab também negou e classificou as acusações como "fantasiosas".

"O ex-prefeito de São Paulo repudia as tentativas sórdidas de envolver, de forma contumaz, seu nome em suspeita de irregularidades que pesam contra funcionários públicos municipais admitidos há anos por concurso, cujo objetivo escuso é única e exclusivamente atingir sua imagem e honra."

Nota enviada por Gilberto Kassab.

Em depoimento ao Minis­­tério Público Estadual (MPE), uma testemunha protegida disse ter ouvido que o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD) recebeu "verdadeira fortuna" da Controlar, empresa responsável pela ins­­peção veicular, e que o dinheiro ficou guardado em seu apartamento. Ex-secretário de Finanças de Kassab, Mauro Ricardo também é citado. A testemunha não apresentou provas e os acusados negam irregularidades, informou o jornal O Estado de S. Paulo.

Kassab, inclusive, foi absolvido na última quinta-feira pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) da acusação de crime de responsabilidade na contratação da Controlar. Ivan Pio de Azevedo, ex- presidente da Controlar, também foi absolvido na mesma ação do Ministério Público (MP) por crimes na Lei de Licitação. O TJ-SP disse que a ação corre em segredo de Justiça, e que ainda cabe recurso da decisão.

Relatos

A testemunha protegida, por sua vez, relatou fatos que teriam sido narrados por Ronilson Bezerra Rodrigues, apontado como líder da máfia do Imposto Sobre Serviços (ISS). Ele afirmou que Kassab pediu ajuda ao empresário Marco Aurélio Garcia, irmão do secretário de Esta­­do de Desenvolvimento Eco­­nômico, Rodrigo Garcia, para levar o dinheiro até uma fazenda em Mato Grosso. Kassab nega e classifica as acusações como "fantasiosas".

O depoimento da "testemunha Gama" consta do Procedimento Investigatório Criminal 03/2013 do MPE, presidido pelo promo­­tor Roberto Bodini, e foi anexado aos autos no dia 19 de dezembro.

O contrato com a Con­­trolar é alvo de outra ação do MPE. A contratação da empresa, em 2007, foi feita a partir de uma licitação da gestão Paulo Maluf (PP), em 1996. Para o órgão, deveria ter sido feita uma nova concorrência. Kassab é um dos réus no processo criminal.

Outro lado

Kassab enviou uma nota com seis tópicos, por meio de sua assessoria de imprensa. O texto diz que ele acredita na Justiça. "O ex-prefeito afirma que só tem uma defesa: a Justiça, na qual acredita e à qual recorrerá." O texto informa que foi na gestão Kassab que se iniciou a primeira investigação sobre a máfia do ISS. Ele também negou manter contato com Marco Aurélio Garcia e disse que os contatos com Mauro Ricardo eram frequentes quando trabalharam juntos.

O advogado Rogério Cury, defensor de Garcia, repudia veementemente as acusações de que seu cliente ajudou Kassab a esconder o dinheiro. "São informações absurdas e inverídicas", disse. Mauro Ricardo também nega as afirmações. Ele nega que pedisse para os integrantes da máfia do ISS deixarem de fiscalizar empresas de aliados.

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