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Delegado mostra cheques entregues aos vereadores como garantia. | Jornal Tribuna do Interior/
Delegado mostra cheques entregues aos vereadores como garantia.| Foto: Jornal Tribuna do Interior/

Três vereadores do município de Juranda, na região Centro-Oeste do Paraná, foram presos em flagrante, na tarde deste domingo (15), pelos crimes de concussão e extorsão. As prisões - executadas por agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e por policias civis da 16ª SDP - aconteceu em um posto de combustível na cidade de Campo Mourão, logo após os vereadores receberem cheques no valor R$ 75 mil.

Os vereadores José Theodoro Alves Neto (PTB), Pedro Gonçalves (PMDB) e Nelson Richard Pinto (PSL) teriam procurado a ex-prefeita da cidade, Leila Amadei (PSC), exigindo o pagamento de R$ 50 mil, para cada um, em troca de parecer favorável à aprovação de contas referentes ao ano de 2009, que iria à votação do plenário nesta semana. Os três são membros da Comissão de Finanças da Câmara.

Informada sobre a exigência através de um assessor, a ex-prefeita procurou o núcleo em Maringá do Gaeco e denunciou a ação criminosa, apresentando inclusive gravações. Neste domingo, por volta das 11h, os vereadores voltaram a ligar para o assessor da ex-prefeita, marcando um encontro em um posto de combustível de Campo Mourão, às 15h, onde esperavam receber o dinheiro.

O produtor rural, Davoncir Amadei, marido de Leila, foi ao encontro do trio. Durante a conversa, ele disse que a esposa estava abalada com a situação e que não teria o dinheiro para pagamento imediato. Com a pressão dos vereadores, ele acabou entregando três cheques, no valor de R$ 25 mil cada um, como garantia de que o restante do pagamento seria realizado.

Policiais Civis da 16º SDP de Campo Mourão, liderados pelo delegado Nagib Palma, estavam no local e deram voz de prisão aos três vereadores. Conduzidos à delegacia, eles vão prestar depoimentos. De acordo com o delegado, um dos vereadores já confessou a prática do crime, alegando que o pagamento era “para a ex-prefeita não ter problemas” para uma futura candidatura.

Em gravações entregues ao Gaeco, os vereadores presos citaram que haviam recebido proposta do atual prefeito, Bento Batista (PTB), para votar pela rejeição da constas da ex-prefeita. Batista, segundo a gravação, estaria disposto a pagar R$ 300 mil para todos os vereadores para conseguir isso. Os três presos disseram que haviam solicitado à um contador do Legislativo, dois pareceres:um favorável e outro contrário à rejeição. Como eram membros da Comissão de Finanças, o trio alegou que faria mais barato para a ex-prefeita: $ 50 mil para cada um. Com isso, o parecer seria favorável à aprovação das contas de Leila.

As contas relativas ao ano de 2009 do mandato de Leila, haviam sido aprovadas com ressalvas pelo Tribunal de Constas do Estado (TCE). No despacho que será votado pelo Legislativo, técnicos do tribunal apontaram a contratação terceirizada de serviços contábeis e jurídicos pela prefeitura, o que é proibido.

Os vereadores vão permanecer presos até decisão da Justiça. Os crimes pelos quais são acusados não permite o pagamento o fiança.

Prefeito diz que foi procurado

O atual prefeito de Juranda, Bento Batista (PTB), disse em entrevista à Gazeta do Povo que também foi alvo de tentativa de extorsão dos três vereadores presos durante a semana passada. De acordo com Batista, o trio, que faz parte da base aliado do atual governo, teria pedido “uma quantia” para aprovar parecer contrário à aprovação das contas da ex-prefeita Leila. “Não aceitei e a conversa ficou por ali mesmo. Me causa espanto eles terem procurado a oposição, já que são da situação”. O prefeito não explicou porque não procurou as autoridades policiais para denunciar o caso. “Eles queriam contratar um advogado e um contador para elaborar o parecer”, disse ele.

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